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Com dados de paciente, falso médico tenta fazer família pagar R$ 7 mil por tratamento



A cabeleireira Eliane Rodrigues de Souza Pires levou um susto há cerca de uma semana durante o acompanhamento clínico da irmã, que tem hidrocefalia e recentemente passou por uma cirurgia em Ribeirão Preto (SP).


Na última internação, na Santa Casa, um suposto médico, autodenominado "doutor Rodrigo", munido de informações precisas como nome completo, convênio, número do quarto e dados clínicos específicos, entrou em contato informando sobre a urgência de um tratamento orçado em R$ 7 mil e que deveria ser pago pela família, que por pouco não caiu no golpe. “A gente ficou desesperada, porque até então não sabíamos o que minha irmã tinha. No desespero, levantamos o dinheiro”, conta. Um boletim de ocorrência foi registrado, e o caso é investigado pela Polícia Civil. A Santa Casa de Ribeirão Preto informou que este não é a primeira tentativa de golpe envolvendo pacientes e alertou que não solicita pagamentos para nenhum tipo de procedimento.

Além disso, comunicou que acompanha a denúncia e que emprega todas as ferramentas para garantir a proteção dos dados dos pacientes, não violando a legislação vigente.

“É importante ficar muito claro que o hospital não faz nenhum tipo de ligação solicitando informações de paciente, solicitando depósitos, transferências bancárias, para nada, nem para pedido de exames, tratamentos, procedimentos, nada relacionado a isso”, afirma o diretor técnico Marcelo Puga. Golpe do 'doutor Rodrigo' Eliane conta que, depois da cirurgia, há cerca de duas semanas sua irmã vinha passando mal e que precisou ser internada na Santa Casa, onde foi submetida a exames.

No dia seguinte à internação, segundo ela, uma pessoa ligou para o telefone fixo do quarto em que ela estava e disse à acompanhante que precisava falar com urgência com alguém da família. Dessa forma, um suspeito, que se identificava "doutor Rodrigo" e como suposto integrante da equipe de neurologia do hospital, ligou para um familiar da paciente. Na ligação, o suposto médico, demonstrando conhecimento sobre o quadro clínico em questão, dizia que o resultado do exame de sangue apontava uma alteração que exigia com urgência uma intervenção médica orçada em R$ 7 mil não coberta, naquele momento, pelo convênio da mulher. “Ele falou que as células ruins do organismo da minha irmã estavam comendo células boas, simplificando, e que se não fosse feita essa intervenção, dentro de 48 horas ela iria desenvolver um quadro de leucemia”, afirma a cabeleireira. Desesperada, a família levantou recursos e estava prestes a fazer uma transferência via PIX para o suposto médico - como ele havia solicitado na ligação -, mas um alerta de um sobrinho fez a cabeleireira abrir os olhos para o que estava acontecendo.

“O meu sobrinho, que fez a internação da minha irmã, lembrou que na hora que ele internou ela assinou um documento falando que a Santa Casa não pede nenhum tipo de dinheiro, de pagamento, sobre nenhum procedimento feito."

Não fosse isso, segundo Eliane, a família teria ficado no prejuízo. “Nós teríamos depositado, com certeza, porque eram informações muito precisas.”

A cabeleireira, no entanto, ainda questiona como informações estão específicas chegaram ao conhecimento do golpista. “Que tomem uma providência para tentar pegar a pessoa que está passando a informação. (...) São informações que só pessoas de lá de dentro teriam acesso.” Alerta dos hospitais Segundo o diretor técnico Marcelo Puga, essa não é a primeira ocorrência envolvendo um golpista que se apresenta como "doutor Rodrigo". “Não é inédito, infelizmente já aconteceram outras situações, mas a gente tem percebido que nas últimas semanas isso se tornou mais frequente. Tivemos aí três ou quatro relatos nas últimas semanas, o que realmente é um aumento expressivo dentro de um curto espaço de tempo", afirma. Segundo ele, a situação ficou tão preocupante que uma campanha interna é realizada para alertar pacientes e parentes.

“Nós fizemos posts no site oficial do hospital, nós fazemos divulgações internas, nas últimas semanas a gente tem feito abordagem dos familiares, dos acompanhantes, dentro do hospital, entregue o material contendo informações sobre os alertas relacionados às tentativas de golpe nesse sentido, além dos posts nas redes sociais oficiais da Santa Casa."

Em nota, a Santa Casa informou também que o uso de informações sigilosas de pacientes deve se restringir ao cumprimento do dever assistencial, seguindo as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

"Quem descumprir a obrigatoriedade do sigilo está sujeito a demissão por justa causa, condenação criminal, pagamento de multa e às medidas disciplinares seguindo a consolidação das leis do trabalho. Todo os casos de possíveis golpes são investigados internamente. O hospital possui em seu quadro de funcionários uma advogada responsável pela proteção de dados para assegurar que a instituição esteja em conformidade com os regulamentos de privacidade de dados". A Santa Casa destacou que tem um canal de comunicação aberto para usuários do SUS e convênio, para esclarecer dúvidas e orientar sobre possíveis golpes.

Pacientes, acompanhantes ou familiares que receberem ligações suspeitas pode entrar em contato pelo telefone (16) 3605-0865 ou pelo e-mail dpo@santacasarp.com.br


Fonte: G1

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