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Barras, flexões: Trump está trazendo de volta o teste pesado de aptidão física presidencial nas escolas; entenda

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Se você passou a infância com dificuldades para fazer barras fixas ou gemendo em um teste de flexibilidade na aula de educação física, prepare-se. Na quinta-feira, o presidente Donald Trump assinou um decreto para restabelecer o Teste de Aptidão Física Presidencial nas escolas públicas.


A medida faz parte do objetivo do governo de "restaurar a urgência na melhoria da saúde de todos os americanos", de acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca. O teste, introduzido em 1966, assumiu diversas versões ao longo dos anos.


A versão mais recente incluiu uma corrida de 1,6 km, abdominais modificados, uma corrida de 9 metros, o teste de flexibilidade de sentar e alcançar e uma opção entre flexões de braço e barras fixas. Na última versão, crianças que pontuaram entre os 15% melhores do país ganharam o Prêmio Presidencial de Aptidão Física.


O governo Trump ainda não anunciou quais exercícios serão incluídos no novo teste. Em 2012, o governo Obama substituiu o Teste de Aptidão Física Presidencial por um programa chamado Programa Presidencial de Aptidão Física para Jovens, que se concentrava menos em parâmetros de aptidão física padronizados.


Alguns especialistas em aptidão física e desenvolvimento infantil criticaram o Teste de Aptidão Física Presidencial por considerá-lo muito rígido. Crianças da mesma idade, por exemplo, podem ter tamanhos muito diferentes ou estar em estágios de desenvolvimento diferentes. E focar nas pontuações, segundo especialistas, pode levar algumas crianças a abandonar completamente os exercícios.


Jacqueline Goodway, professora de cinesiologia na Universidade Estadual de Michigan e especialista em desenvolvimento motor infantil, escreveu em um e-mail que a educação física deve ir além da velocidade com que as crianças conseguem correr ou da distância que conseguem se alongar.


"Precisamos garantir que nossas crianças tenham as habilidades, o conhecimento e os comportamentos necessários para uma vida inteira de atividade física e condicionamento físico", escreveu ela.


Laura Richardson, outra cinesiologista e professora associada da Universidade Estadual de Michigan, disse que os professores precisam de mais recursos para incentivar o movimento e mais tempo para educação física durante o dia escolar. Isso é especialmente importante no ensino fundamental e médio, acrescentou ela, quando a atividade física tende a diminuir e o tempo de tela frequentemente aumenta.


Richardson disse que o conjunto de exercícios do teste anterior foi uma boa medida do condicionamento físico geral, mas ela trocaria o abdominal por uma prancha, que muitos especialistas em condicionamento físico consideram um teste melhor do condicionamento físico do core.


E embora alguns americanos possam ter pesadelos ao se arrastar em uma pista ou passar correndo por cones laranja, os especialistas concordam que as crianças precisam se movimentar mais.


— Não tenho boas lembranças de tentar fazer barras fixas — diz Kathy Hirsh-Pasek, pesquisadora sênior da Brookings Institution e especialista em desenvolvimento infantil. — Por outro lado, precisamos de algo.


Ela cita preocupações com o tempo de tela e como isso pode afetar a capacidade das crianças de formar conexões sociais. Ela diz também que não se opõe a um programa formal de condicionamento físico para crianças em idade escolar, mas que a estrutura é importante. Em vez de posicionar o condicionamento físico como uma competição contra colegas de classe, ela preferia oferecer incentivos para que as crianças superassem seus próprios recordes anteriores.


— Você não quer ter crianças que reprovam e crianças que passam — diz ela. — Seria terrível.


Fonte: O Globo

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