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“A psoríase me levou à depressão”, desabafa jornalista de 27 anos



O preconceito e o bullying enfrentados por causa da psoríase tiveram um impacto devastador na vida de Luana Cianci, 27 anos. A jornalista passou a adolescência tentando esconder as marcas na pele, o que a levou a um quadro grave de depressão.


“Vivi uma infância marcada pelo preconceito. Por anos, evitei usar roupas curtas ou com decote, que mostrassem as lesões da psoríase. Em 2017, tive uma depressão profunda pela carga emocional ligada à doença”, contou ao Metrópoles.


Luana foi diagnosticada com psoríase aos 9 anos de idade, aproximadamente dois anos depois do aparecimento das primeiras lesões. Antes da família saber o que a criança tinha, o problema vinha sendo tratado com remédios caseiros que chegaram até a piorar o quadro.


“Tinha muito pitaco. Algumas pessoas falavam que as manchas eram de impingem (um tipo de infecção fúngica) e diziam para pintar com caneta. Outras falavam para passar tônicos de plantas. Nada dava resultado, e algumas soluções inflamavam ainda mais a minha pele”, recorda.

O dia do diagnóstico ficou registrado na memória dela pela forma como o pai lidou com a situação. Ao sair do Hospital das Clínicas (HC/FMUSP), ele parou em uma banca de revistas para imprimir todas as informações repassadas pelo médico. “O meu pai falou ‘você precisa entender o que tem’”, conta.


Psoríase


A psoríase é uma doença crônica da pele caracterizada pela presença de manchas rosadas ou avermelhadas, que são cobertas por escamas esbranquiçadas. Ela costuma aparecer no couro cabeludo como uma caspa que não melhora, também se manifesta nos cotovelos, joelhos, palmas das mãos, plantas dos pés, unhas e tronco. A doença não é contagiosa ao toque de outras pessoas.


O problema de saúde é considerado multifatorial. Está relacionado a alterações imunes importantes, fatores genéticos e ambientais – como o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas, o estresse e a poluição do ar.


A dermatologista Aline Bressan esclarece que, ao contrário do que muitos pacientes acreditam, a psoríase não é uma doença emocional, mas pode ser desencadeada por uma crise como a perda de um ente querido, uma separação ou um quadro de estresse. “Em alguns casos, o paciente já tinha pré-disposição à doença, mas ela não tinha aparecido. A crise foi o gatilho”, explica.


De acordo com a médica, quando a doença é diagnosticada no início, ainda na fase leve, ela causa um impacto menor ao paciente porque é mais fácil de ser tratada.


Ao longo da vida, os pacientes podem passar por fases de melhora dos sintomas e recaídas relacionadas ao estresse, traumas físicos, infecções e uso de drogas.


Tratamento


Na infância, o quadro de Luana foi controlado com o uso de pomadas. Na adolescência, a paulistana entrou em um período de ciclos da doença, com fases de estabilidade alternando com pioras acentuadas.


Segundo Luana, a fase mais difícil foi em 2017, quando ela tinha 22 anos e ficou internada por cinco dias em uma clínica psiquiátrica. “Não conseguia me olhar no espelho e nem encontrar a minha identidade”, diz.


A partir dali, ela entendeu que precisava de ajuda psicológica para lidar com o problema. “Quando sai de lá, queria uma nova oportunidade para a minha vida. Busquei as informações que o meu pai imprimiu na porta do hospital para entender o que era a psoríase e procurei ajuda terapêutica”, afirma.


Nesse percurso, Luana aceitou fazer um ensaio de fotos e postá-las nas redes sociais. O que ela não imaginava era que encontraria uma rede de apoio entre desconhecidos. “As fotos ficaram lindas. Depois que postei, várias pessoas me procuraram contando seus próprios relatos e foi ali que minha vida mudou. Vi que existia um monte de gente igual a mim, querendo conversar”.


O quadro de Luana é considerado controlado, com episódios pontuais com lesões que não se agravam como antes. Ela faz tratamento com a aplicação de injeções de imunobiológicos, moléculas-alvo que evitam a progressão da doença.


Fonte: Metrópoles

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