
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) deu parecer favorável à inclusão de duas estratégias contra o vírus sincicial respiratório (VSR) no Sistema Único de Saúde: a vacina Abrysvo, da Pfizer, e o anticorpo monoclonal Beyfortus, da Sanofi.
O VSR é responsável por 75% de todos os casos de bronquiolite, principalmente entre os menores de 2 anos. Nessa faixa etária, a mortalidade em decorrência da infecção é maior. A bronquiolite é uma síndrome respiratória que acomete as vias aéreas. A doença dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões. O vírus se multiplica nas células do aparelho respiratório superior
Com o aval do órgão colegiado do Ministério da Saúde, os processos seguem para a Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS). A decisão final será publicada no Diário Oficial da União (DOU), mas ainda não há uma data. Com a publicação, o Governo terá um prazo para começar a distribuição.
"As crianças brasileiras, com ou sem convênio, muito em breve poderão dispor de uma proteção contra o vírus sincicial respiratório, que é a principal causa de hospitalização no primeiro ano de vida", comemora Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A vacina contra VSR
Desenvolvida pela Pfizer e aprovada pela Anvisa em abril de 2024, a Abrysvo é indicada para os dois grupos mais vulneráveis às infecções provocadas pelo VSR: os idosos e os bebês. Para gerar a proteção nos pequenos, o imunizante é aplicado na gestante, entre o segundo e terceiro trimestre.
No estudo de fase 3 para indicação materno-fetal, a Abrysvo se mostrou capaz de prevenir 82% das formas graves de doenças respiratórias causadas pelo VSR em crianças de até três meses de idade e 69% para bebês até os seis meses. Em idosos, a eficácia foi de 85,7% contra quadros graves provocados pelo VSR.
A vacina de dose única foi aprovada para dois grupos:
Pessoas com 60 anos ou mais
Gestante durante as semanas 24 e 36 da gestação (segundo ou terceiro trimestre)
"Quando a mãe recebe a vacina, os anticorpos produzidos por ela atravessam a placenta, fortalecendo o organismo do bebê, cujo sistema imunológico ainda está em desenvolvimento", explica Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil.
O anticorpo monoclonal contra VSR
O nirsevimabe é um anticorpo monoclonal indicado para a prevenção do VSR em recém-nascidos e crianças até 24 meses.
Desenvolvido pela Sanofi e aprovado em 2023 pela Anvisa, o nirsevimabe é uma proteína produzida em laboratório que imita a capacidade do nosso sistema imunológico de combater patógenos nocivos, como os vírus. Aplicado em dose única, oferece proteção direta e rápida, uma vez que o anticorpo pronto não exige a ativação do sistema imunológico.
No SUS, ele será indicado para todos os bebês prematuros e/ou portadores de comorbidades.
Fonte: G1
Comments