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Turnos de trabalho noturno podem aumentar em até 79% o declínio cognitivo, descobre estudo



Algumas pessoas se consideram noturnas por preferirem atividades durante o fim do dia, por outro lado, pessoas se veem trabalhando à noite por conta da necessidade financeira. Este tipo de turno (qualquer horário de trabalho que ocorra fora do tradicional das 9h às 17h), juntamente aos turnos rotativos foram associados a um risco de 79% maior de declínio cognitivo entre adultos de 45 a 85 anos, como mostra um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de York, no Canadá.

Foram coletados dados de 47.811 adultos, com sobre empregos, horários de trabalho e resultados de testes de função cognitiva. Ao analisar essas informações, os pesquisadores descobriram que aqueles que trabalhavam em turnos noturnos no seu emprego atual tiveram taxas 79% mais elevadas de comprometimento cognitivo em comparação àqueles que trabalhavam apenas durante o dia. Enquanto quem trabalha no expediente da noite no seu emprego mais longo teve taxas 53% mais altas.

Ainda que novos estudos precisem ser feitos, os autores sugerem que o principal responsável por esse aumento no risco de consequências negativas para a cognição é interrupção do ciclo circadiano, ritmo em que o organismo realiza suas funções ao longo de um dia.

“As descobertas sugerem uma ligação potencial entre a exposição ao trabalho por turnos e o comprometimento da função cognitiva. Especulamos que estímulos circadianos disruptivos podem desempenhar um papel na neurodegeneração, contribuindo para o comprometimento cognitivo”, escrevem os cientistas. Trabalho noturno também traz o risco de sobrepeso e obesidade O esquema de trabalho noturno também traz repercussões negativas aos profissionais e saúde, em maior escala aos enfermeiros, que tendem a trabalhar em plantões. De acordo com um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), aliado aos horários desfavoráveis, jornadas de trabalho irregulares e prolongadas são grandes fatores de risco para sobrepeso e eventualmente, a obesidade.

A pesquisa, publicada neste ano no The Journal of Biological and Medical Rhythm Research, fez uma revisão de artigos científicos sobre o tema para compreender qual é a prevalência deste risco em profissionais e analisar os fatores que contribuem para o ganho de peso. Os autores citam a combinação de maus hábitos, como exposição à luz artificial, horários irregulares das refeições, dessincronização do ciclo circadiano, privação do sono, o sedentarismo e a má alimentação como o principal catalizador.

A exposição a longos períodos de vigília ou horários de trabalho em turnos alternados pode apresentar alterações no funcionamento do eixo hipotálamo-hipófisário. O hipotálamo é um dos coordenadores da maior parte das funções endócrinas, exercendo ação direta sobre a hipófise e indireta sobre outras glândulas, como adrenais, que produzem o cortisol, responsável por deixar o corpo desperto e sem sono durante o dia, como explicam os pesquisadores da USP.

Estudos experimentais anteriores mostraram que a redução das horas de sono leva à diminuição dos níveis de leptina e, ao mesmo tempo, aumenta os níveis de grelina, hormônio que estimula a sensação de fome quando o estômago está vazio.

Carlos Antonio Negrato, professor do curso de medicina da Universidade de São Paulo (USP), explicou ao jornal da USP que as alterações do apetite estão ligadas à tendência a se alimentar com ultraprocessados, alimentos de alto teor calórico, e em maior quantidade. Essas pessoas também praticam menos atividade física, possuem maiores taxas de tabagismo e são frequentemente mais estressadas.


Fonte: O Globo

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