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Touca gelada: Susana Naspolini usa técnica para evitar queda de cabelo em quimioterapia



A repórter da TV Globo Susana Naspolini mostrou nesta semana que está realizando um tratamento para evitar a perda de cabelos ocasionada pelo quimioterapia, a "touca gelada", que resfria o couro cabeludo e reduz a queda dos fios em pacientes com câncer.

"Minha última tentativa pra preservar o cabelo que resta!!!! Está caindo muuuuuuuuito!!!!! Vamos aguardar….", disse em uma rede social a jornalista que luta contra o quinto câncer, desta vez no osso da bacia. A técnica é uma das principais estratégias para a preservação dos fios de pacientes oncológicos durante alguns tipos de tratamentos.

Abaixo, entenda mais como é feito o procedimento. Como funciona? Dependendo do caso, alguns tratamentos contra o câncer podem causar uma perda parcial de cabelo ou a perda total de todos os fios do corpo.

A touca gelada (também chamada de touca de resfriamento ou hipotérmica) atua então para retardar esse efeito e é usada durante alguns tratamentos de quimioterapia.

O serviço de saúde britânico, o NHS, explica que seu efeito de resfriamento reduz o fluxo sanguíneo para o couro cabeludo, o que, por sua vez, diminui a quantidade de medicação quimioterápica que atinge essa região. "A touca reduz bastante a temperatura, o que torna o vaso mais estreito e, dessa forma, causa uma menor circulação sanguínea no couro cabeluado", acrescenta Helano Freitas, oncologista do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo. O médico explica que a indicação da touca não é por tipo de tumor, mas que depende das drogas que são utilizadas em determinados tratamentos oncológicos que mais causam alopécia (a queda de cabelo e/ou pelo).

"Ela é usada em larga escala em pacientes que fazem quimio para câncer de mama porque as principais terapias do tipo utilizam drogas que causam queda de cabelo. Mas algumas dessas drogas também são usadas, por exemplo, para o tratamento do câncer de pulmão, câncer de bexiga, entre outros", conta o especialista. Helano diz ainda que a touca precisa ser trocada ao longo da sessão de quimioterapia, geralmente a cada 30 minutos, para que a temperatura baixa seja preservada.

O A.C.Camargo explica que o líquido de refrigeração que circula na touca chega a uma temperatura de 4ºC, para que assim o couro cabeludo do paciente se mantenha em torno de 11ºC.

Como a touca gelada é colocada durante a infusão da quimioterapia, o paciente pode fazer atividades normais durante o procedimento, como ler um livro ou utilizar um telefone. Agora, o oncologista conta que, em alguns casos, o paciente pode sentir um certo desconforto por causa da temperatura. "A cabeça fica extremamente gelada ao longo de algumas horas. Por isso, pode doer porque é algo muito gelado. Mas a percepção depende de cada paciente. É como tomar um sorvete gelado para algumas pessoas, depende de cada caso", exemplifica. Todo paciente oncológico pode usar a touca? Não, nem todo paciente que faz tratamento contra um câncer pode usar a touca. Pacientes com cânceres hematológicos, com leucemias e linfomas não devem utilizar a touca gelada. "Nesses casos o problema é no sangue. Aí não pode mexer. E se o paciente tiver problemas no couro cabeulado também não pode", alerta Helano. "Já tumores sólidos, em geral, não têm restrição para o uso da técnica", acrescenta. E qual a eficácia da touca? A eficácia da touca é muito varíavel, conta o médico oncologista clínico Helano Freitas. Ele diz que os números são tão divergentes que alguns estudos apontam uma eficácia de 30% na preservação dos fios, enquanto outros mostram um índice de 80%.

O especialista ressalta, porém, que a touca é apenas uma das diversas estratégias para a melhora da qualidade de vida do paciente e acrescenta que diversos fatores podem influenciar tanto sua indicação como o resultado do procedimento. Por isso, uma avaliação médica caso a caso é fundamental. "A touca deve ser enxergada como uma das muitas ferramentas que existem que diminuem o peso do diagnóstico e do tratamento contra o câncer. A gente usa diversas estratégias para melhorar a qualidade de vida do paciente e ajudar ele a melhorar na luta contra o câncer. São todas estratégias importantes".


Fonte: G1

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