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Sintomas e tratamento do câncer de próstata: 'Perdi meu pai, não perca o seu'


 
 

"Ele era o meu melhor amigo. Foi e sempre será o meu melhor amigo".


Assim Danielle Ray define o pai, Johnny. "Falávamos que éramos gêmeos, porque tínhamos a mesma mentalidade", comenta. "E éramos muito, muito próximos. Então, tudo isso é muito duro", acrescenta.

Danielle, ou Dan - como seu pai a chamava -, está prestes a completar 30 anos e lamenta alcançar essa idade sem a companhia dele.

Ela tinha 25 anos quando Johnny morreu, aos 63, pouco após receber o diagnóstico de câncer de próstata, apontado como um dos tipos de câncer mais comuns entre a população masculina. Diagnóstico precoce é fundamental Perder o pai para uma doença que poderia ter sido tratada, caso tivesse sido descoberta antes, tornou a situação ainda mais difícil para Danielle.

"O diagnóstico foi uma surpresa. Mas agora que me dou conta: sim, ele havia apresentado sintomas", comenta. "Quando os sintomas pioraram, em outubro de 2015, ele foi encaminhado (a outro especialista) e logo foi diagnosticado com a doença".

"Provavelmente a doença tinha começado havia alguns anos, mas você nunca pensa que vai acontecer contigo, ou que vai afetar alguém da sua família", diz Danielle. Johnny morreu dois anos após o diagnóstico. A filha acredita que seus sintomas iniciais — como a vontade frequente de urinar — não foram reconhecidos pelo médico dele ainda no início, e ela diz que o pai também não procurou uma segunda opinião. Um problema relacionado a esse tipo de câncer é que muitos homens acham difícil falar para outras pessoas sobre seus problemas de próstata. Problemas relacionados ao diagnóstico A American Cancer Society (Sociedade Americana contra o Câncer) estima que em 2020 serão diagnosticados mais de 268 mil novos casos de câncer de próstata nos Estados Unidos e que serão reportadas 34,5 mil mortes em razão da doença. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de 65.840 novos casos em 2021, correspondendo a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino.

Dados do Inca apontam para 65.840 novos casos de câncer de próstata a cada ano no Brasil, entre 2020 e 2022. Segundo a entidade, homens com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade, estão mais propensos à doença. Executiva da organização relacionada aos cuidados do câncer de próstata no Reino Unido, Nicola Tallet diz que a pandemia teve um duro impacto no número de pessoas que buscam ajuda. "O câncer de próstata é o câncer mais comum entre os homens, mas a pandemia fez com que milhares de homens não procurassem diagnóstico e, com isso, não iniciaram um tratamento que poderia estar salvando a vida deles", diz. "Os homens têm dito para a gente que não queriam "incomodar" os médicos durante a pandemia, especialmente se não tinham sintomas, o que é o caso da maioria daqueles com câncer de próstata em estágio inicial".

"Isso significa que os homens com alto risco para a doença não estão tendo conversas fundamentais sobre o assunto, algo que poderia levar a um diagnóstico". Sintomas do câncer de próstata

  • Necessidade de urinar com mais frequência

  • Dificuldade para urinar em pé, fluxo fraco e demorado

  • Sangue no sêmen ou na urina

Esses sintomas também podem ser causados por outras doenças, por isso é fundamental buscar um médico para o diagnóstico correto. Verifique os riscos para a doença O professor Peter Johnson, médico diretor nacional do NHS, sistema de saúde público britânico, diz que é importante saber quais medidas tomar se o paciente está em situação considerada de risco para a doença.

"O prognóstico será muito melhor quanto mais cedo pudermos ver o paciente", diz. "É importante que os homens entendam que o câncer de próstata muitas vezes não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, então não demore, verifique seus riscos agora. Um simples exame pode salvar sua vida".

De acordo com estudos sobre o tema, um em cada oito homens terá câncer de próstata ao longo da vida.

Homens com mais de 50 anos, negros e aqueles com histórico familiar de câncer correm um risco ainda maior, segundo os dados levantados por pesquisadores sobre o tema.

A indicação é se consultar anualmente com um urologista a partir dos 50 anos para quem não tem histórico familiar da enfermidade e a partir dos 45 anos para quem tem. As vantagens de um diagnóstico precoce Andrew Richardson é um exemplo de como o diagnóstico precoce da doença pode salvar vidas. No passado, o pai dele havia tido câncer de próstata.

Em 2020, Andrew fez um exame de sangue de rotina que revelou alguns sinais preocupantes, seguidos por um diagnóstico de câncer de próstata.

Recuperado, ele aconselha outros homens: "Não fique pensando que está tudo bem. Algo pode acontecer. Se há uma coisa que aprendi sobre o câncer de próstata, é que ele é muito agressivo".

"Tive muita sorte, não precisei de radioterapia, não precisei de quimioterapia. Uma operação foi o suficiente para mim", acrescenta.

Andrew admite que a recuperação foi difícil.

Mas ele já voltou a correr, está prestes a voltar a jogar futebol e no verão passado conseguiu terminar uma corrida de 10 quilômetros em 52 minutos.

E ele ressalta que um exame de sangue salvou a sua vida. "Acredito que usei toda a minha sorte em uma única oportunidade", diz.

Uma doença, dois finais muito diferentes. Mas tanto Andrew quanto Danielle têm a mesma mensagem para os homens que desconfiam que possam estar com sintomas relacionados ao câncer de próstata: façam hoje mesmo um check-up, ainda que a sua preocupação seja muito pequena.


Fonte: G1

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