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Queda de idosos: entenda os riscos, relação com outras doenças e veja como manter a casa segura



O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 80 anos, tropeçou e caiu na última quinta-feira (1º) durante uma cerimônia na Academia da Força Aérea dos EUA. No final do dia, a Casa Branca informou que Biden estava bem. No entanto, a queda de idosos deve ser vista com cuidado uma vez que pode trazer riscos mais sérios à saúde.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos. Em 2021, a expectativa de vida dos brasileiros era de 77 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O g1 conversou com a geriatra Anelise Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGGRJ), para entender:

  • quais os riscos na queda de idosos;

  • como prevenir quedas espontâneas;

  • a relação de quedas com doenças;

  • principais cuidados na saúde;

  • e como ter uma casa mais segura.

Quedas e envelhecimento "A pessoa idosa não percebe as dificuldades que tem", comenta Anelise Fonseca. A médica conta que é muito comum escutar de pacientes "de repente, eu fiquei idosa", e que filhos e netos de enfermos também demoram para aceitar e identificar o envelhecimento de seus entes.

Para ela, uma queda pode ser apenas a "ponta do iceberg", e diz que o tombo pode estar relacionado a outras doenças, como demência, depressão ou alguma enfermidade ocular. "[A queda] É um sinal para uma investigação mais profunda", avisa. E adiciona: "Todo mundo acha que é muito comum os esquecimentos, mas não é normal, é sinal de demência".

Existem diversos fatores que podem estar relacionados com as quedas de idosos, sendo o principal deles a senescência (o processo natural de envelhecimento). Com o envelhecimento, o corpo humano sofre algumas modificações fisiológicas, como a perda de músculo, de massa magra, de massa óssea e de visão. "Se a pessoa idosa não fizer atividade física, não cuidar da alimentação, vai tender ao desequilíbrio e à perda da noção do próprio corpo", explica Anelise. Além dos fatores biológicos, Anelise Fonseca cita a importância da atenção com o uso de medicamentos. É comum que idosos tomem sedativos, ansiolíticos ou diuréticos, que também podem estar atrelados aos riscos de queda, diz a médica. Sem contar que a senilidade pode causar confusão mental e fazer com que a pessoa acabe trocando remédios ou errando na dosagem.

"Uma fratura no fêmur pode gerar trombose e evoluir para uma embolia pulmonar ou embolia gordurosa", esclarece. Na verdade, a geriatra explica que os cuidados com a queda estão associados às consequências do não tratamento ou à evolução de outras complicações. Cuidados e prevenção Existem alguns cuidados que podem e devem ser tomados por pessoas acima de 60 anos. A geriatra Anelise Fonseca lista alguns deles: 👟 usar um sapato adequado, não muito liso e confortável; ☀️ tomar sol por alguns minutos diariamente para evitar a carência de vitamina D; 🏋️ fazer atividades físicas; 🥗 alimentar-se bem e estar atento à ingestão de proteína; 🚶‍ manter a mobilidade, como caminhar e mover-se com frequência; 👩‍⚕️ e estar em dia com consultas médicas e atento a doenças ou alterações oculares.

Ela também reforça que quanto mais o idoso andar, caminhar e se mover, maior será sua independência, por isso a mobilidade é tão importante. E, apesar de a resistência de muitos pacientes, ela indica o uso da bengala como uma forma de dar segurança e estabilidade. "O paciente que cai tem medo de cair de novo, então ele se isola e se deprime, anda menos ainda, fica menos sociável, mais introspectivo, e a depressão é um fator de risco para a demência", observa. E atenção! Em caso de queda, familiares e cuidadores devem observar machucados, sonolência, tontura, possíveis fraturas e indicações de dor. Casa segura 🏠❤️ "O idoso cai mais em casa que na rua. Em casa ele se sente mais seguro", lembra a médica. Por isso, com a ajuda de Anelise Fonseca, o g1 listou algumas dicas de cuidados dentro de casa:

  • evite tapetes ou escolha opções antiaderentes;

  • mantenha os cômodos iluminados;

  • deixe itens de uso do dia a dia mais abaixo ou de fácil acesso para que não seja preciso o uso de bancos ou escadas;

  • use barras de proteção tanto nos boxes como ao lado de vasos sanitários nos banheiros;

  • mantenha corredores, caminhos e escadas livres, sem obstáculos, para um trânsito mais seguro entre um cômodo e outro;

  • escolha pisos antiderrapantes;

  • e, caso esteja cozinhando, evite deixar o fogão para atender telefone ou fazer outra função.


Fonte: G1

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