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Profissionais de saúde já incorporam prontuário eletrônico e relógios inteligentes na prática clínica

Foto do escritor: Portal Saúde AgoraPortal Saúde Agora


O perfil dos médicos brasileiros está mudando, dando espaço para uma nova geração alinhada ao avanço da tecnologia e inovação na área da saúde. Segundo o relatório ProvMed 2030, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em cinco anos mais de 80% dos médicos terão entre 22 e 45 anos.


Essa pesquisa corrobora os dados do estudo “Demografia Médica no Brasil 2020”, parceria do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Universidade de São Paulo (USP), que mostrou que mais de 85% dos graduados em 2019 tinham menos de 30 anos.


Ao mesmo tempo, ocorre outro fenômeno: a transformação digital da saúde, que não é mais uma expectativa, mas uma realidade acelerada em grande parte pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19.


À medida que os nativos digitais das gerações Y ou millenials (nascidos entre 1980 e 1995) e da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) se tornam a maior parte da força de trabalho na medicina, a incorporações de soluções inovadoras e tecnológicas na área da saúde tende a se intensificar.


Crescimento


O estudo da USP em parceria com o CFM mostrou, por exemplo, que 78% dos médicos paulistas eram favoráveis à utilização de aplicativos de mensagens na relação com os pacientes. Para fator de comparação, na edição anterior, o índice foi de 67%. O levantamento apontou também que o prontuário eletrônico já se tornou uma tecnologia incorporada por 76% dos participantes.


— Hoje os consultórios são muito diferentes. Se você for a um médico que costuma se atualizar, vai ver que no computador dele está simultaneamente aberto o prontuário eletrônico e a ferramenta de telemedicina, por exemplo. Tem aplicativo para consultar remédio, doenças, para tentar relacionar sintomas e ajudar a fazer diagnóstico, para ver o resultado de exames. É uma prática muito diferente. Antes a gente tinha muitos papéis na frente do médico, que eram o prontuário do paciente — pontua Alexandre Holthausen Campos, diretor executivo de Ensino do Einstein.


A adoção de ferramentas como o prontuário eletrônico melhoram o atendimento do paciente, dizem os profissionais. Se ele estiver associado à receita digital, por exemplo, existem ferramentas que detectam e sinalizar a interação medicamentosa. No fim, cabe ao médico decidir se segue com a prescrição ou altera a receita, mas ele conta com um dado a mais que poderia passar despercebido.


Não há dúvidas entre especialistas que a quantidade de informação disponível na área da medicina atualmente é um dos principais desafios para os médicos. Ferramentas que utilizam inteligência artificial para fazer a síntese desses dados, como o ChatGPT são considerados aliados.


Outra ferramenta de IA já utilizada nos consultórios e popular em especial entre os mais jovens são mecanismos de transcrição de consulta. Em vez do médico ter que ficar anotando o relato do paciente para colocar no prontuário, essas ferramentas transcrevem o relato dos pacientes, incluindo a tradução de vocabulário leigo para termos médicos.


Há ainda os dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes, que, muitas vezes coletam dados de saúde dos usuários e podem sinalizar condições como arritmias cardíacas e apneia do sono. Ou os equipamentos de diagnóstico portáteis com inteligência artificial, como um estetoscópio eletrônico que transforma o som em traçados gráficos e manda essas informações para o computador do médico, um ultrassom que pode ser conectado ao celular e sinaliza possíveis diagnósticos.


Tudo isso não só facilita o dia a do médico, como se traduz em melhor atendimento. Mas os profissionais são categóricos em dizer que esses recursos não vêm para reduzir seu papel, pelo contrário.


— Eu sempre brinco que ninguém fez Medicina sonhando em passar cinco horas por dia digitando no computador. A pessoa fez o curso para salvar vidas e aliviar sofrimento e é isso o que essas ferramentas proporcionam — ressalta o cardiologista Eduardo Lapa, fundador do Afya CardioPapers.


Fonte: O Globo

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