Richard Slayman foi diagnosticado com uma doença renal em estágio avançado. Segundo os médicos, ele vive com diabetes tipo 2 e hipertensão e fazia diálise havia sete anos.
O paciente chegou a receber um transplante de um rim de outra pessoa em 2018, mas o órgão falhou cinco anos depois. Em 2023, ele voltou a depender de diálise.
A fila para receber um transplante de rim é longa. Só no Brasil, são 30 mil pacientes. Já nos Estados Unidos, onde Richard mora, são 100 mil pessoas aguardando.
O transplante de um rim de porco representa um marco na medicina e um avanço para as pessoas que esperam por um órgão.
A proposta da pesquisa é, além de oferecer uma maior oferta de órgãos e salvar a vida de pessoas que precisam de um rim, elaborar outras maneiras de tratamento que não sejam a hemodiálise.
Como foi feita a pesquisa?
A pesquisa para o xenotransplante, que é a implantação do órgão do animal em humanos, vinha sendo desenvolvida havia cinco anos pelo hospital em parceria com a empresa eGenesis.
O transplante de órgãos suínos em pessoas é estudado há décadas pela semelhança entre os órgãos dos animais e dos humanos. No entanto, o maior desafio era a resposta do sistema imunológico, que poderia rejeitar o tecido estranho — ponto que foi trabalhado ao longo da pesquisa.
No processo, foram retirados genes suínos que prejudicavam a resposta do corpo humano e foram acrescentados genes humanos. Além disso, os cientistas inativaram retrovírus endógenos suínos no doador para eliminar qualquer risco de infecção.
Nos cinco anos de pesquisa, foram feitas várias versões de modificações genéticas até encontrarem a que poderia ser implantada em humanos. Antes disso, no entanto, os órgãos foram testados em macacos.
Com a resposta positiva, a equipe acionou o FDA — que é o órgão de regulação norte-americano — que aprovou a realização do procedimento.
Como a cirurgia foi feita?
Após a aprovação da técnica pelo FDA, os médicos receberam o rim do porco e fizeram o transplante.
Durante o anúncio à imprensa, o médico brasileiro destacou a importância do procedimento a partir do rim de um porco geneticamente editado.
Riella é professor associado de medicina e cirurgia na Harvard Medical School. Sua pesquisa está focada, justamente, na compreensão dos mecanismos de regulação imunológica e no desenvolvimento de novas terapias para promover a tolerância de órgãos transplantados.
"Estou firmemente convencido de que o xenotransplante representa uma solução promissora para a crise de escassez de órgãos", afirmou.
Fonte: G1
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