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Por que o pênis encolhe quando faz frio? Entenda

Foto do escritor: Portal Saúde AgoraPortal Saúde Agora


Tamanho ser — ou não — documento é subjetivo, mas é certo que pode ser um bom indicador de temperatura. Isso porque o órgão genital masculino, assim como demais extremidades do corpo, é suscetível ao frio, e basta a temperatura cair para as respostas fisiológicas começarem a ser percebidas. Mas por que o pênis, em específico, encolhe?

Quando exposto ao frio, o corpo humano responde automaticamente e ativa o modo de “vasoconstrição”. Assim, os vasos sanguíneos se estreitam para evitar que o sangue chegue nas regiões periféricas do corpo (como mãos, pés, orelhas, nariz, lábios e pênis) e retorne mais frio para os órgãos vitais, pois essa situação poderia diminuir a temperatura interna do corpo — programado para funcionar a 37º C — e levar à hipotermia. Assim, quanto menor a temperatura, maior será a reação a fim de manter a pessoa viva.

Em artigo publicado no site especializado “The Conversation”, Adam Taylor, professor e diretor do Centro de Aprendizagem de Anatomia Clínica da Universidade de Lancaster, explica que o pênis é composto por três tubos “que mais parecem uma esponja com espaços dentro deles”, e quando excitados, esses tubos se enchem com cerca de 140 ml de sangue para causar ereção.

Quando faz um frio de aproximadamente 15ºC ou menos, os nervos do órgão genital respondem automaticamente e fazem com que o sangue flua dos tecidos de volta ao corpo. A resposta fisiológica diminui o tamanho do “documento” ao impedir que o corpo seja resfriado e evita que o pênis seja congelado ao deixar o membro mais próximo ao corpo. Os testículos também sofrem o mesmo processo, e quando frios, ficam encolhidos e mais próximos do corpo para mantê-los aquecidos. O professor de Anatomia Clínica acrescenta que a vasoconstrição também evita a formação de cristais de gelo no sangue e nos tecidos, especialmente em condições extremas do ambiente, quando o pênis pode até congelar, como ocorreu com o esquiador Calle Halfvarsson.

Calle Halfvarsson é um atleta sueco que compete na categoria cross-country do esqui. No último final de semana, durante uma competição em Ruka, na Finlândia, ele conquistou o 18º lugar, mas vivenciou uma experiência que ficou mais conhecida que o próprio título do torneio: sob uma temperatura de -15º C, seu pênis congelou.

O atleta mal conseguiu expressar em palavras a forte dor que sentiu. Ele teve que ficar dez minutos se aquecendo para tentar reverter o quadro do seu órgão genital.

— Congelei o meu pênis. Sério — afirmou o atleta, incrédulo, ao jornal sueco “Expressen”. — Dói muito, é terrível. É uma sorte já ter meu segundo filho, porque isso vai ser difícil no futuro se eu continuar assim — brincou.

O local da competição fica dentro do Círculo Polar Ártico, mas apesar das condições extremas, o acontecimento não é inédito. Remi Lindholm, finlandês que também é esquiador cross-country, já precisou de tratamento no pênis durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. Os competidores costumam usar trajes muito justos e finos, já que o suor pode até congelar e deixar as coisas ainda mais complicadas. — Quando as temperaturas sobem acima de 50°C e abaixo de 0°C, ocorrem danos nos tecidos, a extensão e o extremo da temperatura estão ligados à probabilidade de danos duradouros — conta Taylor.

A dor sentida por Halfvarsson faz sentido, pois à medida que os tecidos aquecem, o sangue volta para os pequenos vasos sanguíneos e causa inflamação e coágulos. Além disso, a temperatura normal pode parecer mais quente e dolorosa do que deveria pois os receptores estão “em um estado mais elevado”, como afirma o texto no “Conversation”.

Em outros mamíferos, há diferentes “dispositivos penianos” que permitem a vida nas regiões geladas do mundo. Os animais que vivem em latitudes mais altas, por exemplo, têm o pênis maior do que aqueles que vivem em latitudes mais baixas, condição que permite uma diminuição quase intrínseca a eles. Também há aqueles que possuem o báculo — um osso que reduz a dependência do fluxo sanguíneo para a ereção. Ursos polares ainda contam com um espécie de “tufos de pelos longos” nas bainhas penianas, quase uma “touca” no prepúcio.

O tratamento recomendado para congelamento das extremidades — ou para o retorno do tamanho pênis — é o aquecimento por cerca de 30 minutos a uma temperatura muito próxima da temperatura corporal (37º C).


Fonte: O Globo

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