Após anos de declínio, o número de casos e mortes por tuberculose aumentou em 14% no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os isolamentos ligados à Covid-19 limitaram o diagnóstico e o acesso a tratamentos. A doença é causada por uma bactéria que ataca principalmente os pulmões.
Em uma escala mundial, o número anual estimado de mortes por tuberculose diminuiu entre 2005 e 2019, mas as estimativas para 2020 e 2021 sugerem que esta tendência se inverteu. De acordo com o relatório anual da OMS, 10,6 milhões de pessoas tiveram tuberculose no ano passado, um aumento de 4,5%. A taxa de incidência da doença (um novo caso por cada 100.000 habitantes por ano) aumentou de 3,6% entre 2020 e 2021 no mundo, após ter baixado por volta de 2% ao ano durante a maior parte das duas últimas décadas.
A taxa de incidência regional também aumentou neste período, menos na África, onde as perturbações dos serviços de saúde ligadas à pandemia de Covid-19 quase não impactaram nos diagnósticos.
A OMS estima que 1,6 milhão de pessoas morreram no ano passado da doença, o que representa um aumento de 14% em relação a 2019, quando o número de mortes foi de 1,4 milhão.
A maior parte do aumento foi registrado em quatro países: Índia, Indonésia, Mianmar e Filipinas. A prevalência da tuberculose resistente aos medicamentos também progrediu de 3% entre 2020 e 2021, com 450.000 novos casos. Impacto da Covid-19 A pandemia de Covid teria impactado significativamente no aumento de casos de tuberculose, de acordo com a OMS, e coloca em perigo a estratégia implementada pela Organização e os progressos na luta contra doença. A OMS tem o objetivo de reduzir em 90% as mortes e em 80% a taxa de incidência até 2030, em relação a 2015. “Se a pandemia nos ensinou alguma coisa, é que com solidariedade, determinação, inovação e utilização justa dos meios, podemos superar graves ameaças sanitárias. Apliquemos estas lições à tuberculose”, salienta o diretor geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no relatório.
A OMS destaca que a necessidade de agir é ainda mais urgente em um contexto de guerra na Ucrânia e de conflitos em outras partes do mundo, da crise energética mundial e dos riscos associados para a segurança alimentar. Estes elementos “podem agravar ainda mais os fatores determinantes da tuberculose, como o nível de renda e a má nutrição”.
Em 2019, a tuberculose era, em escala mundial, a 13ª causa de mortalidade e a primeira resultante de uma doença infecciosa. Desde 2020, ela se tornou a segunda causa ligada à doença contagiosa após a Covid-19 e antes da Aids, de acordo com o relatório.
A maioria dos casos de tuberculose em 2021 foi observada na Asia do Sudeste (45%), na África (23%) e na região do Pacífico ocidental (18%). (Com informações da AFP)
Fonte: G1
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