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Foto do escritorPortal Saúde Agora

Mulher morre por eutanásia no Peru, no primeiro caso da história do país



A psicóloga peruana Ana Estrada, que sofria de uma doença degenerativa desde os 12 anos, morreu por eutanásia no domingo, informou sua advogada nesta segunda-feira (22).


Ela recebeu autorização da Suprema Corte do Peru em 2022 para realizar o procedimento e se tornou a primeira pessoa no país a receber eutanásia.


"No domingo, 21 de abril de 2024, Ana Estrada exerceu o seu direito fundamental a uma morte digna e acedeu ao seu procedimento médico de eutanásia. Ana morreu nos seus próprios termos, conforme a sua ideia de dignidade e em pleno controle da sua autonomia até o final", disse sua advogada, Josefina Gayoso, em comunicado.

Segundo Gayoso, a eutanásia foi realizada de acordo com o "Plano e Protocolo de Morte Digna" aplicável a Ana, aprovado pelo Seguro Social de Saúde do Estado peruano.


Não foi informado o método utilizado para a eutanásia de Ana.


Ana sofria desde os 12 anos de polimiosite, uma doença incurável e degenerativa que provoca fraqueza muscular progressiva. Ela usava cadeira de rodas desde os 20 anos por conta da enfermidade, segundo a imprensa peruana.


"Ana tornou-se o rosto dessa causa justa que visa defender a dignidade do princípio ao fim e a liberdade de decidir sobre nossas vidas e nossos corpos. (...) O caso de Ana permitiu que a Justiça peruana reconhecesse, pela primeira vez em sua história, que todos temos o direito de morrer com dignidade", disse Gayoso no comunicado.


Ana Estrada pediu para pôr um fim à própria vida por eutanásia em fevereiro de 2021. No comunicado, sua advogada disse que Ana "partiu agradecida a todas as pessoas que ecoaram a sua voz".


Autorização pelo Supremo Tribunal peruano


Em julho de 2022, a Suprema Corte de Justiça do Peru reconheceu o direito de Ana Estrada de morrer.


A sentença foi aprovada por quatro votos, e dois magistrados foram contrários. É a primeira vez que a maior instância da Justiça do Peru permite uma eutanásia.


A sentença da Justiça diz que se deve "entender por eutanásia a ação de um médico de fornecer de forma direta (oral ou intravenosa) um fármaco destinado a pôr fim à sua vida".

A Justiça peruana deu ordem ao Ministério da Saúde para respeitar a decisão dela.


Em janeiro, Ana escolheu o médico para realizar sua eutanásia após a resolução das observações ao protocolo pelo seguro social.


"Isto é para mim, exatamente como eu planejei desde o primeiro dia (...). Eu sabia que isso era uma garantia para minha vida. Eu precisava deste sinal verde para viver plenamente nesta última etapa, sem dor, sem angústias sobre o que vai acontecer", disse Ana Estrada na época.


Fonte: G1

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