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Marca-passo do tamanho de uma tampinha de caneta é implantado com sucesso no Reino Unido



Médicos do Hospital da Universidade Southampton (UHS), no Reino Unido, estão entre os primeiros do país a implantar um marca-passo do tamanho de uma tampa de caneta em um paciente. O dispositivo, chamado marca-passo sem fio Aveir VR, é 10 vezes menor que os aparelhos padrão, com 38 mm.


O aposentado Graham Motteram, de 76 anos, é o primeiro paciente do hospital a receber o novo marca-passo. Ele descobriu que tinha problemas cardíacos após um check-up de rotina para diabetes. A enfermeira responsável detectou pressão alta e após realizar um eletrocardiograma, o paciente foi imediatamente encaminhada ao pronto-socorro.

Esse marca-passo é usado para corrigir ritmo cardíaco lento, condição conhecida como bradicardia. Ela ocorre quando a frequência cardíaca é mais lenta do que o normal – abaixo de 60 batimentos por minuto (bpm) – o que significa que o coração não consegue bombear sangue rico em oxigênio suficiente para o corpo durante atividades ou exercícios normais.

Os sintomas podem incluir tonturas, falta de ar, falta crónica de energia e desmaios. Também pode fazer com que o cérebro e outros órgãos fiquem privados de oxigénio – a doença pode ser fatal sem detecção e tratamento precoces.

“Alguns dias depois, o professor Roberts veio me ver e me contou sobre um dispositivo totalmente novo que estava disponível e achou que seria a escolha certa para mim – o procedimento ocorreu 10 dias depois, sem problemas e sem dor de forma alguma", contou Motteram, em comunicado.

O dispositivo foi implantado diretamente no ventrículo direito do coração – uma câmara no coração que bombeia sangue com baixo teor de oxigênio para os pulmões – por meio de um cateter colocado na veia cava inferior, a maior veia do corpo localizada no abdômen. Uma vez alcançado o ventrículo direito, o dispositivo utiliza tecnologia inovadora para mapear a parede interior do coração e avaliar o posicionamento correto antes de ser fixado no lugar – isto ajuda a reduzir o número de tentativas de reposicionamento que podem danificar o tecido cardíaco.

Em seguida, ele é ancorado no lugar girando a ponta espiral, que também abriga um pequeno eletrodo para detecção e eletroestimulação. O procedimento levou cerca de 30 minutos para ser concluído.

“O marcapasso ventricular sem eletrodo Aveir representa um avanço significativo no atendimento ao paciente com a tecnologia de marcapasso sem eletrodo. A duração da bateria deste dispositivo tem potencial para durar mais de 20 anos em alguns pacientes. Além disso, prevê-se que num futuro próximo seremos capazes de implantar um segundo dispositivo na câmara superior do coração (átrio), em pacientes selecionados, o que significa que um grupo maior de pacientes poderá beneficiar desta tecnologia.”, disse o cardiologista Paul Roberts.

A cada batimento cardíaco, o marca-passo recebe uma mensagem indicando se o dispositivo detectou ou estimulou e, se necessário, fornece pulsos elétricos para corrigir o ritmo cardíaco lento ou irregular.

“Fiquei no hospital por mais dois dias antes de receber alta. Já se passaram seis dias desde o meu procedimento e me sinto melhor do que há meses!", comemora o paciente.

O novo marca-passo, desenvolvido pela empresa global de saúde Abbott, também foi projetado para operar como parte de um sistema de câmara dupla. Isto envolve a implantação de um segundo dispositivo no átrio direito – a câmara do coração que recebe sangue com baixo teor de oxigênio do corpo, que então deságua no ventrículo direito – onde fornecerá estimulação coordenada às câmaras superior e inferior do coração.

O sistema de câmara dupla está atualmente sendo testado quanto à segurança e eficácia e espera-se que seja oferecido aos pacientes no futuro, mediante aprovação regulatória.

Outras características incluem uma bateria projetada para durar até o dobro de outros marca-passos sem eletrodo e a capacidade de “recuperação de longo prazo” – o que significa que pode ser facilmente removida para substituição ou atualização à medida que novas tecnologias se desenvolvem, sem danificar o tecido cardíaco.


Fonte: O Globo

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