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Foto do escritorPortal Saúde Agora

Médico investigado por transferir Krupp para UTI presta depoimento



O médico Bruno Nogueira Teixeira, que foi contratado pela família de Bruno Krupp, disse nesta terça-feira (9), após prestar depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca), que o quadro clínico do paciente 'estava se encaminhando para uma insuficiência renal' e por isso ele precisou ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).


Teixeira é investigado no inquérito que apura possível falsidade ideológica e fraude processual no caso envolvendo o modelo Bruno Krupp. Ele foi contratado pela família do modelo e influenciador digital para cuidar dele após o acidente de trânsito que terminou com um adolescente de 16 anos morto. "Fui chamado para poder avaliar um paciente vítima de um politrauma severo e esse paciente evoluiu, como acontece em muitos casos desse tipo, para injuria renal aguda, que é uma lesão renal decorrente das rupturas das fibras musculares", comentou. "O quadro estava se encaminhando para uma insuficiência renal aguda e por isso o paciente, pelo potencial de gravidade que envolvia o quadro de saúde dele, eu recomendei uma internação no UTI", explicou o médico. Bruno Teixeira ainda afirmou que não conhecia a família de Bruno Krupp antes do acidente que terminou com a morte do adolescente João Gabriel.

"Fui envolvido profissionalmente no caso, não tenho nenhuma relação com a família da vítima. É um caso de comoção nacional e é por isso que estou sendo ouvido. Antes de mais nada, eu queria prestar minhas condolências à família do João Gabriel", comentou.

Apesar do médico afirmar que Krupp precisava de atendimento em uma UTI por possível problema nos rins, os laudos do Hospital Marcos Moraes, onde o modelo estava internado, liberavam o paciente para cumprir prisão preventiva em uma unidade prisional.

O médico deixou a delegacia acompanhado do advogado Lázaro Rangel. Segundo ele, os questionamentos sobre a internação de Bruno Krupp em uma UTI da rede particular de saúde deveriam ser direcionados a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).

"A Seap tem que explicar por que não tem UTI no hospital penitenciário. Por que o Governo do Estado do Rio não coloca uma UTI numa unidade prisional?", questionou o advogado do médico Bruno Teixeira. Bruno Krupp, de 25 anos, se envolveu em um acidente de trânsito no qual atropelou e matou um adolescente.

Caso fique comprovado que o médico atuou para enganar a Justiça no caso Bruno Nogueira pode ser enquadrado no artigo 347 do Código Penal, que fala em induzir juiz ou perito a erro, e que tem pena de detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Caso seja apurado que também houve crime de falsidade ideológica, ele será enquadrado no artigo 299 do Código Penal, que prevê pena de um a três anos de prisão. Novo vídeo do acidente Um novo vídeo gravado por câmeras de segurança mostra a moto pilotada pelo modelo Bruno Krupp atingindo o adolescente João Gabriel Cardim Guimarães na orla da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no sábado (30). O jovem de 16 anos morreu.

Pela imagem é possível João acompanhado da mãe, Mariana Cardim de Lima, atravessando a Avenida Lúcio Costa fora da faixa de pedestre, a poucos passos do calçadão. Com o impacto, a perna do jovem foi amputada na hora e arremessada a 50 metros à frente do acidente, no gramado entre o calçadão e a areia da praia. João Gabriel chegou a passar por uma cirurgia no Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas não resistiu. Ele era filho e neto único, e morava em Realengo.

Bruno pilotava em alta velocidade numa via cujo limite é de 60 km/h e estava sem habilitação, mesmo após ter sido pego em uma blitz três dias antes do atropelamento. Uma testemunha afirmou que ele estava a mais de 150 km/h.

Outras testemunhas disseram que o influenciador digital de 25 anos tem o costume de pilotar em alta velocidade. “Ele é conhecido, todo fim de semana passa aqui. Aquelas motos barulhentas, passa aqui voado, às vezes passa aqui, e quando a gente olha ele já está bem longe”, relatou um quiosqueiro que viu o acidente do sábado. Perícia para aferir velocidade Na quinta-feira (4), uma nova perícia foi feita na moto do modelo. O objetivo dos investigadores é descobrir qual era a velocidade da moto no momento do atropelamento.

Os peritos disseram que o freio da frente está intacto e funcionando, mas para testar o freio traseiro precisariam da chave da moto. E que, como o local do atropelamento foi desfeito, a chave apresentada na delegacia não é a original.

Os agentes vão tentar uma chave reserva com a fábrica.

A moto usada por Krupp já pertenceu a outra pessoa. Em maio desse ano, houve uma transferência de propriedade para o nome do modelo. Deboche de blitz Bruno Krupp debochou da blitz da Lei Seca na qual foi parado três dias antes de atropelar e matar o adolescente João Gabriel. Nos stories do Instagram a que o g1 teve acesso, Bruno primeiro postou uma foto, com a legenda “Hoje me fodi”, e depois fez um vídeo. Em tom irônico, Bruno comentou: “Na moral, mano. Eu amo Lei Seca. Eu amo. Amo. Já é?! Vamos ver qual vai ser o desenrolado da melhor forma, demorou?! Tamu junto... Os dois lados da pista. Vem, amor, vem brincar, vem brincar. Vambora!” Nessa blitz, Bruno se recusou a soprar o bafômetro e recebeu multas por pilotar a moto sem placa nem habilitação. Bruno está sob custódia policial em um hospital particular na Zona Norte do Rio pela morte, por atropelamento, do jovem João Guilherme.

A Justiça do Rio expediu um mandado de prisão contra o modelo, que responde por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.

Ao contrário do que afirmou nesta quarta-feira (3) o advogado de Bruno Krupp, o modelo e influenciador não tem habilitação para pilotar motos.

“Ele só não tinha habilitação ainda porque o Detran, salvo engano, já tinha aferido a carteira dele. Ele só não tinha pego a carteira ainda”, disse William Pena, que representa Bruno, na porta do hospital.

A TV Globo apurou que o modelo nem sequer fez a prova prática do Detran para motos. Bruno apenas foi aprovado no exame teórico e ainda precisava cumprir a carga horária mínima de aulas de pilotagem nas ruas. Fonte: G1

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