Mesmo com o braço quebrado e sentindo fortes dores, Warley Raylan (foto em destaque), de 13 anos, foi liberado apenas com uma tala do Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
Segundo a família, o menino passou por tomografia, e o médico plantonista alegou que se tratava de uma luxação. Ele recebeu uma receita de diporona para a dor e foi liberado para ir para casa.
O garoto voltou ao centro clínico cinco dias depois ainda com muita dor e chorando. Só então é que passou por uma radiografia que indicou a fratura.
Para os parentes de Warley, houve negligência do hospital na liberação do menino. “A gente ficou muito revoltado. Mandaram ele tomar dipirona. Ele estava com muito dor. Estava com os olhos cheios de lágrimas. Foi negligência médica mesmo”, afirmou a irmã do menino, a estudante Yasmin Monteiro, 18 anos.
Warley sofreu uma queda enquanto jogava bola em Brazlândia em 14 de abril, um domingo. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) levou o jovem para o HRT.
“Ele foi atendido rapidamente. Só que falaram que ele só tinha deslocado. Colocaram uma tala nele e mandaram embora para casa no mesmo dia”, lembrou Yasmin.
O médicos teriam recomendado dipirona para eventuais dores. No entanto, o menino passou a sofrer muito. Ao buscar o HRT novamente para o retorno, quando a tala foi retirada, a família ficou assustada. “O braço dele estava roxo, quase preto”, disse a irmã. Apenas neste momento fizeram uma radiografia e diagnosticaram a fratura.
Jejum diário
Os médicos recomendaram cirurgia. O procedimento seria necessário para evitar que o osso calcificasse de forma errada e piorasse ainda mais a situação.
O menino foi internado em 22 de abril. Desde então, todos os dias o jovem paciente precisa fazer jejum à espera da operação. Mas sem o procedimento o sacrifício foi em vão.
Até a tarde de terça-feira (30/4), o jovem passou 16 dias com o braço quebrado e sem tratamento. À base de medicação constante, Warley passou a não sentir mais dor. A família não sabe como está a situação do braço do menino atualmente.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde e com a direção do HRT sobre o caso. Em nota, argumentaram que o menino teria sido avaliado na primeira internação e passou por uma tomografia computadorizada.
Também argumentou que ele será atendido dentro do fluxo de pacientes, conforme a gravidade dos casos.
Leia a nota completa:
A Secretaria de Saúde informa que os pacientes que aguardam por cirurgias são regulados conforme gravidade do quadro de saúde. A classificação prioriza os casos mais graves. Enquanto aguardam pelo procedimento, os pacientes seguem assistidos pela equipe médica do hospital em que estão internados.
Informamos que o paciente foi atendido dia 14/4 no HRT, data que foi realizada uma tomografia computadorizada em seu braço esquerdo. As ações ocorreram conforme o protocolo. O quadro evolutivo, no momento, também está seguindo o protocolo estabelecido.
A pasta esclarece que, em função da legislação sobre sigilo de prontuário, não pode fornecer informações sobre os pacientes atendidos na rede pública de saúde. Essa medida, que resguarda o paciente e a equipe profissional, tem amparo no Código de Ética Médica, Capítulo IX, Artigo 75, que veda ao médico “fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente”. O HRT tem prestado toda assistência necessária e não mede esforços para atender a população.
Fonte: Metrópoles
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