A publicitária Cláudia Winck, 25 anos, viralizou no TikTok ao contar sobre o erro médico que custou as pontas dos dedos da mãos e dos pés. Quando tinha 1 ano e meio, ela foi medicada com amoxilina após apresentar uma dor de garganta muito forte.
Porém, depois de receber alta, começou a apresentar roxos pelo corpo. Os pais da menina acharam que ela estava se machucando durante o sono, mas, quando apareceu uma mancha no meio da testa de Cláudia, voltaram ao hospital.
A criança passou por uma bateria de exames, até que foi diagnosticada com púrpura trombocitopênica idiopática, uma doença autoimune que pode ter surgido da dor de garganta, ou como efeito colateral da amoxilina — a probabilidade está descrita na bula.
Mesmo com a confirmação de que condição era responsável pelo quadro, Cláudia conta que o tratamento foi feito de forma errada. Ela recebeu uma transfusão de sangue devido à baixa de plaquetas, e acabou tendo trombose e anemia aguda. Ela também passou a urinar sangue, indicando que os rins estavam em falência, e as pontas dos dedos começaram a ficar roxas.
Mesmo assim, o hematologista deu alta para a menina. Em casa, a mãe dela percebeu que Cláudia sentia dor sempre que colocava a mão na água, e que os dedos seguiam roxos. O médico responsável pelo caso afirmou que não podia fazer mais nada, sugeriu outro profissional, que disse que só atenderia a menina com “pagamentos por fora”. “Eles me mandaram para casa para morrer”, conta, no vídeo.
De volta ao hospital, um cardiologista viu o caso de Cláudia e ficou em choque ao perceber a situação da menina. Foram injetados vários medicamentos para promover a circulação de sangue nas extremidades, e uma enfermeira sugeriu que a família procurasse um hospital melhor.
A menina foi transferida para um dos maiores hospitais da região Sul, sem nenhum funcionamento nos rins, e logo foi colocada em coma induzido. O caso de Cláudia foi acompanhado por 14 especialistas, todos sem acreditar como o caso tinha se desenvolvido até aquele estágio.
Os pais da garota foram informados que ela tinha apenas 1% de chance de sobreviver. Para salvá-la, tentariam amputar as mãos e pés, mas começariam pelas extremidades. Ela passou por cinco cirurgias e 40 dias em coma até, finalmente, receber alta e poder voltar para casa.
Porém, logo depois, ela sofreu um AVC — a família não sabe se o problema teve a ver com o erro médico, os muitos remédios que ela tomava, ou pela doença diagnosticada. Cláudia voltou ao hospital, e ficou mais 60 dias hospitalizada.
Pouco tempo depois, durante uma sessão de fisioterapia, ela teve outro AVC e uma trombose de carótida (quanto uma artéria é bloqueada).
Anos depois, durante a adolescência, teve ainda uma vasculite, que é uma inflamação dos vasos sanguíneos — o tratamento segue até hoje. Aos 18 anos, sofreu mais um AVC em consequência da condição.
Cláudia conta que teve infância e adolescência muito difíceis por causa dos muitos problemas de saúde. A comparação com a irmã gêmea também foi complicada — a menina lembra que recebeu muitos apelidos na escola e, por muitos anos, a mãe e a irmã não pintavam as unhas para que ela não se aborrecesse.
Hoje, Cláudia ainda manca com a perna esquerda, faz injeções regulares de Botox para relaxar os músculos. “Tô aqui, firme e forte”, diz.
Fonte: Metrópoles
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