Você provavelmente vai ver carne cultivada em laboratório e insetos no cardápio nas próximas décadas à medida que o mundo enfrenta desafios para a segurança alimentar devido às alterações climáticas e aos conflitos.
Essas áreas novas e em desenvolvimento da tecnologia alimentar poderão ajudar especialmente a fornecer nutrição às pessoas em áreas atingidas por desastres naturais ou até mesmo resolver o problema de alimentar astronautas que se aventuram no espaço profundo.
É o que apontou um painel de especialistas no festival de inovação South by Southwest (SXSW), em Sydney, na Austrália, no último mês, que citam a necessidade de uma produção alimentar sustentável e confiável cada vez mais evidente.
As alterações climáticas tornaram o clima mais volátil e mais quente em muitas partes do mundo, prejudicando as culturas de milho nos Estados Unidos, reduzindo as previsões de colheita de trigo na Austrália e até acelerando a propagação de pragas mortais na China.
Além disso, o conflito entre os principais exportadores de trigo, a Rússia e a Ucrânia, agravou a crise alimentar na África, provocando uma subida dos preços de produtos com o insumo. Abaixo, confira o futuro da alimentação mundial segundo os especialistas: 1. Carne cultivada em laboratório A startup australiana de carne cultivada em laboratório Vow é uma das inúmeras empresas ao redor do mundo que tentam retirar animais vivos da produção de carne sem comprometer o sabor ou a nutrição do alimento.
A carne cultivada é feita a partir da coleta de células de algumas animais, que então são "alimentadas" com nutrientes para que possam crescer em um biorreator e se transformar em um produto que os consumidores possam comer.
O CEO George Peppou disse no painel que espera que eventualmente pensemos na carne em termos de marcas, em vez de proteínas, combinando sabores de uma variedade de animais diferentes. 2. Insetos comestíveis Rastejadores assustadores não são apenas saborosos – eles também são bons para você, de acordo com Joseph Yoon, fundador do Brooklyn Bugs. Ele disse que os insetos contêm todos os 19 aminoácidos essenciais e podem ser usados como uma forma de alimentar o mundo inteiro com baixo custo, alta nutrição e sem impacto ecológico.
A maior barreira, porém, é a conversão de atitudes, convencer o público de que são alimentos bons e saborosos. “Existem muitas camadas para transformar as percepções de repulsa”, afirmou. 3. Agricultura vertical Embora alguns pesos pesados no espaço agrícola vertical tenham enfrentado recentemente problemas de rentabilidade, Mike Bridges, diretor de pesquisa do Projeto Gaia Austrália, acredita que as culturas protegidas ainda têm o seu lugar na agricultura.
Uma fazenda vertical é um conjunto espacial destinado para a produção de alimentos em estruturas empilhadas com o uso de tecnologias. A ideia é reduzir o impacto ambiental, sem comprometer a quantidade da produção. 4. Plantas exóticas Seria bom se uma série de plantas não tradicionalmente utilizadas no Ocidente também chegassem aos nossos pratos no futuro, de acordo com Jenny Mortimer, professora associada de Biologia Vegetal na Universidade de Adelaide, na Austrália.
Mortimer disse que acha que plantas como a lentilha-d'água poderiam ser uma boa fonte de alimento, pois são muito ricas em proteínas, fáceis e rápidas de cultivar e ecologicamente corretas.
Fonte: O Globo
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