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Gêmeas idênticas completam 90 anos e ainda gostam de brincar de boneca



Enquanto uma é agitada, preocupada com os acontecimentos do dia a dia e segue uma rotina de horários regrados; a outra é calma, gosta de tirar uma soneca sempre que possível e sempre tem alguma piada pronta na manga. Apesar dessas diferenças, as irmãs Filomena e Emília Ziviane também têm muitas coisas em comum. As duas são gêmeas idênticas e, mesmo aos 90 anos completados nesta quarta-feira (9), ainda gostam de brincar de boneca!

Nascidas e criadas no Córrego Bamburral, no interior de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, as irmãs moram na mesma comunidade até hoje. Filomena, que foi a primeira a nascer, é conhecida por todos como Flor. Mãe de oito filhos, ela já tem 14 netos e 20 bisnetos. Atualmente, ela mora a poucos metros de distância da irmã gêmea, Emília, que vai visitar todos os dias. "Quando eu não vou, sinto falta. Ela também sente", disse Flor. Já Emília é mãe de 12 filhos, 32 netos e 24 bisnetos. Com dificuldade de locomoção, ela não abre mão de sentar na poltrona de casa, de frente para a janela, onde estrategicamente consegue ver o movimento na estrada. Brincadeira de criança Apesar dos 90 anos de idade, elas ainda gostam de brincar. Cada uma das irmãs tem uma boneca em sua casa. O brinquedo chegou até elas por meio da cuidadora Cássia Aparecida da Rocha, 51 anos, que cuida de Emília. "Eu dei uma boneca pra Emília e aí a Flor também gostou. Não tem jeito, tudo que a gente dá pra uma, a gente precisa dar para a outra e, de preferência, na mesma cor. Aí eu dei uma boneca para a irmã também", disse a cuidadora. A boneca de Emília recebeu o nome de João e fica na cama dela. Já a boneca de Flor ainda não tem nome. Mas as duas são apaixonadas por elas da mesma forma. "Eu não coloquei nome, não", disse Flor. Amor de irmã Em meio à tranquilidade da comunidade onde moram, Emília e Flor chamam atenção pelo amor que sentem uma pela outra. Um exemplo para a família e para as pessoas da região. "Sempre fomos muito unidas. A gente fazia tudo junto, ia em festa, supermercado, qualquer lugar. Nunca nos desentendemos", disse Flor.

A cuidadora disse ainda que o cuidado que uma tem pela outra é um dos motivos que as deixam mais fortes para as atividades do dia a dia. "Emília, quando fica sabendo que Flor passou mal, quer logo saber o que aconteceu e eu preciso ir lá verificar. Se uma fala que tá com dor de barriga, e outra também começa a sentir no dia seguinte", disse. Cássia contou ainda que as duas não escutam muito bem, mas quando estão uma perto da outra sempre estão cochichando. "E sabem o que a outra está falando. A gente fala alto, elas não escutam direito, mas entre elas se entendem bem", disse. Vida tranquila e sem vícios Ainda de acordo com a cuidadora, o fato de as irmãs morarem em um lugar tranquilo e terem o apoio da família são fundamentais para a longevidade de Flor e Emília. "Aqui é só natureza, tem uma rotina tranquila e todo mundo se conhece. Os filhos moram perto também e isso ajuda bastante. Além disso, elas nunca beberam e nunca fumaram", disse. A cuidadora destaca ainda que as duas têm uma alimentação bem saudável. "Elas tiveram uma vida consumindo o que se planta. No passado delas, havia uma certa escassez de alimentos. Hoje, elas são super exigentes e não comem qualquer coisa. Uma gordurinha não pode, nada disso", disse. A cuidadora revelou ainda que as duas têm outra coisa em comum: adoram mingau de tapioca e não usam óculos de grau. "As duas tomam mingau a noite e, se deixar, é toda noite. Elas também enxergam muito bem, não usam óculos apesar da idade", disse.


Fonte: G1

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