França, Alemanha, Estados Unidos, Israel, Reino Unido, Bélgica, China, entre outros países, apresentaram uma alta no número de infecções pelo coronavírus no último mês, entre os dias 4 de março e 4 de abril, segundo o Our World in Data.
Média móvel de casos confirmados
França: 2.057 casos por 1 milhão de pessoas, um aumento de 166%
Alemanha: 3.061 casos por 1 milhão de pessoas, um aumento de 64%
Estados Unidos: 642 casos por 1 milhão de pessoas, um aumento de 351%
Israel: 1.251 casos por 1 milhão de pessoas, um aumento de 51%
Reino Unido: 957 casos por 1 milhão de pessoas, um aumento de 44%
Bélgica: 909 casos por 1 milhão de pessoas, um aumento de 75%
China: 7 casos por 1 milhão de pessoas, um aumento de 2.706%
A alta no número de casos em alguns países está sendo relacionada, principalmente, à redução das medidas de proteção aplicadas nas últimas semanas e ao avanço da variante BA.2 da ômicron, apontada como mais infecciosa por estudos preliminares.
Por outro lado, segundo o último relatório semanal de situação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 29 de março, a média entre os países de todos os continentes do planeta indicam uma queda geral das transmissões.
Nas Américas, a queda da média móvel no número de casos é de - 45%, mesmo que os Estados Unidos estejam se aproximando de um novo pico. Já na Europa, há uma redução de - 4%, independentemente da situação oposta detectada em países como Alemanha e França. "Essas tendências [de queda] relatadas devem ser interpretadas com cautela, já que vários países estão mudando progressivamente suas estratégias de testagem, resultando em números gerais mais baixos de testes realizados e, consequentemente, um número de casos detectados menor", ponderou o relatório da OMS. "A OMS está preocupada com a recente redução significativa nos testes de coronavírus por vários países-membros. Os dados estão se tornando progressivamente menos representativos e menos robustos. Isso reduz a nossa capacidade coletiva de acompanhar onde está o vírus, como ele está se espalhando e como ele está evoluindo", complementou.
Nova onda nos EUA? Pesquisadores dos Estados Unidos apontam o avanço de uma nova onda do coronavírus impulsionada pelo avanço da sublinhagem BA.2, já dominante no país e na Europa. Já no Brasil, em 11 de março, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a variante ômicron representava 100% dos sequenciamentos, mas com baixa circulação da BA.2, no entanto — ainda há predomínio da BA.1.
Nos Estados Unidos, de acordo com os dados mais recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde americano, a BA.2 representa 70% dos sequenciamentos feitos por meio do sistema nacional de vigilância genômica.
Em entrevista ao "The New York Times", Bronwyn MacInnis, especialista na área de vigilância genômica do Broad Institute, em Cambridge, disse que está rastreando o aumento dos casos no país e que detectou partículas virais em quase 150 pontos de água residual. Ele explica que os pacientes assintomáticos podem transmitir a doença mesmo sem fazer a detecção e, por isso, a coleta pode ser um aviso prévio do que está por vir. OMS criticou redução de medidas restritivas Em 22 de março, a OMS criticou o afrouxamento total de medidas implementado por países que, hoje, vivem uma alta nos casos da Covid-19. Em coletiva de imprensa na Moldávia, o diretor da organização internacional de saúde para Europa, Hans Kluge, afirmou que a situação epidemiológica do continente precisa de monitoramento. "Os países em que observamos um aumento particular são Reino Unido, Irlanda, Grécia, Chipre, França, Itália e Alemanha", disse Kluge, há duas semanas. "Estes países suspenderam as restrições brutalmente".
Apesar da tendência de alta dos casos em alguns países, o diretor da OMS na Europa disse estar "otimista". Segundo ele, com o fim do inverno no hemisfério norte, "as pessoas vão se reunir menos em espaços fechados", o que também pode ajudar a reverter o cenário em regiões com alta na transmissão. Mais mudanças na Alemanha Nesta segunda-feira (4), o ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, anunciou que, a partir de 1º de maio, não será mais obrigatório isolamento para os infectados com o coronavírus.
Em vez disso, os pacientes com Covid-19 serão fortemente aconselhados a fazer um isolamento de cinco dias, assim como as pessoas que tiveram contato com eles, além de se submeterem a testes regulares.
A regra, porém, não vale para trabalhadores da área da saúde e para cuidadores, que devem continuar cumprindo isolamento de cinco dias, que poderá ser encerrado após um teste negativo. Restrições mantidas em Xangai Apesar do crescente incômodo da população da cidade chinesa, as autoridades de Xangai estenderam nesta terça-feira (5) o lockdown de 26 milhões de pessoas do centro financeiro. Os últimos resultados apontaram um registro de 268 casos sintomáticos nesta segunda-feira, contra 425 no domingo (3) — número absoluto muito inferior a outras regiões do planeta. A política na China é de tolerância zero, de acordo com a agência Reuters, com uma ampliação do bloqueio para a parte leste de Xangai. As medidas foram implementadas após uma alta nos casos assintomáticos da doença, que passam de 13 mil.
Fonte: G1
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