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Ficar imerso em tarefas prazerosas melhora saúde mental e do coração



Você já se sentiu tão focado e imerso em uma atividade prazerosa que perdeu a noção do tempo? Este estado mental é conhecido como “flow” e pode oferecer benefícios para a saúde mental e cardiovascular, afirmam pesquisadores em um estudo publicado em março na revista Translational Psychiatry.


O flow é um termo usado na psicologia para descrever um estado de concentração elevada que geralmente experimentamos durante atividades desafiadoras, mas que ainda estão dentro das nossas habilidades, como tocar um instrumento ou pintar uma tela. Como resultado, nos sentimos totalmente absorvidos, com uma sensação de energia, prazer e foco total naquela função.


“Quando experimentamos o flow, tendemos a ser altamente eficazes, a nos sentirmos no controle e esquecemos o tempo”, explica a pesquisadora e coordenadora do estudo Miriam Mosing, professora associada de Genética do Comportamento do Instituto Karolinska, na Suécia, em artigo publicado na plataforma de divulgação científica The Conversation.


Benefícios para a saúde mental


O grupo de pesquisa de Mosing analisou diagnósticos reais de 9.361 pessoas cadastradas no registro de saúde sueco para entender se praticar o treinamento de fluxo pode reduzir o risco de depressão e ansiedade.


Os pesquisadores descobriram que as pessoas mais propensas a experimentar o flow tinham um risco menor de receber diagnósticos de depressão (-16%), ansiedade (-16%), esquizofrenia (-15%), bipolaridade (-12%), diagnósticos relacionados ao estresse (-9%) e doenças cardiovasculares (-4%), em comparação aos demais.


“Os resultados estão de acordo com as expectativas de um efeito protetor do flow na saúde mental e cardiovascular”, afirma Mosing.

Mas ao considerar também o neuroticismo – um traço de personalidade que descreve a tendência de ser emocionalmente desequilibrado e facilmente irritável – e fatores familiares dos entrevistados, como genética ou ambiente familiar na infância, as experiências de fluxo foram associadas apenas à redução da depressão (6% menor) e diagnósticos de ansiedade (5% menor).


“Esta descoberta sugere que o fluxo pode ter algum efeito protetor sobre esses dois resultados de saúde mental, mas que a relação é mais complexa do que se pensava”, considera a coordenadora do estudo.


O resultado sugere que o benefício está no fato de gastarmos menos tempo refletindo sobre problemas ou preocupados com o futuro enquanto estamos concentrados e ocupados com as atividades. Além disso, a experiência do fluxo em si é gratificante.


“Se algo que você adora fazer faz você perder toda a noção de espaço e tempo, é provável que seja bom para você – pelo menos naquele momento”, recomenda a cientista.

Mosing considera que faltam pesquisas para investigar se é possível manipular o estado de concentração total, como chegar nele e quais consequências isso teria.


Fonte: Metrópoles

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