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Fentanil: Unicamp alerta para série de casos de intoxicação no começo de 2023 na região de Campinas



O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Unicamp fez um alerta sobre uma série de casos de intoxicação envolvendo o fentanil na Região Metropolitana de Campinas (RMC) durante os primeiros meses deste ano. O medicamento, da classe dos opioides, pode ser até 50 vezes mais viciante que a heroína e 100 vezes mais forte do que a morfina. Ele é o tipo de droga que mais mata nos Estados Unidos.


Em fevereiro deste ano, a Polícia Civil do Espírito Santo apreendeu pela primeira vez no Brasil frascos de fentanil. A apreensão chamou a atenção das autoridades americanas, como a maior agência de combate às drogas do mundo, a Administração de Repressão às Drogas (tradução para Drug Enforcement Administration - DEA).

Ao g1, o Ciatox detalhou que, neste ano, análises detectaram a substância em seis amostras de pacientes intoxicados que buscaram unidades de saúde da RMC. A série de casos em um "curto período de tempo" ligou o alerta, segundo o centro, já que os registros em anos anteriores foram esporádicos.

O medicamento é normalmente misturado em outras drogas com objetivo de potencializar o efeito viciante. Nas análises deste ano da Unicamp, o fentanil foi encontrado junto a substâncias psicoativas como K2, LSD e cocaína, além de um caso de possível aplicação do golpe “Boa noite, Cinderela”. "Intoxicação por fentanil não é comum no Brasil, não existe o hábito de uso de opioide. Em um curto período de tempo, a gente teve uma série de casos de intoxicação por essa substância.


Juntando o fato de não ser comum no Brasil com aparecimento alguns casos, é uma substância potente, que costuma levar à morte e que causa dependência, isso nos chamou a atenção", diz o coordenador do Ciatox, o Prof. Dr. José Luiz da Costa. Monitoramento de pacientes Diante dos casos na região de Campinas, o Ciatox também pediu aos serviços de emergência que monitorem manifestações clínicas sugestivas de intoxicação de pacientes por opioides, como depressões respiratória e neurológica, que podem estar relacionadas ao uso de fentanil.

Além disso, reforçou a importância de que, "em todos os casos de pacientes com suspeita de abuso de SPA [substâncias psicoativas]", as amostras biológicas sejam coletadas e enviadas para exame toxicológico, antes mesmo do uso de medicações.

O coordenador lembra que o fentanil é utilizado em hospitais como anestésico e que há o risco de as equipes de emergência não identificarem que o paciente usou a substância como droga e administrar ela em casos de entubação, por exemplo. Nesses casos, haveria o risco de um agravamento do quadro. "É importante, porque o fentanil é um medicamento usado, por exemplo, para entubar um paciente. Então, se alguém fez uso de fentanil como droga, está desacordado, precisa passar por intervenção médica e recebe fentanil como procedimento médico, ele pode entrar numa situação de intoxicação aguda ou mesmo de overdose e morrer", completa. 'Epidemia' de fentanil nos EUA Agentes federais de combate às drogas nos Estados Unidos afirmaram ter apreendido fentanil suficiente em 2022 para matar toda a população do país.

O DEA disse que interceptou 379 milhões de doses potencialmente letais de fentanil — apenas dois miligramas do opioide seriam suficientes para matar. O órgão federal classificou a substância altamente viciante como a ameaça de droga mais mortal que os EUA enfrentam.

Em 2021, mais de 100 mil americanos morreram de overdose de drogas, sendo que dois terços das mortes foram atribuídas ao fentanil, o equivalente a 182 óbitos por dia.


Fonte: G1

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