Uma família de São Vicente, no litoral de São Paulo, aguarda há dois anos serviços de home care para o pequeno Arthur dos Santos Soares, que tem paralisia, hidrocefalia e problemas neurológicos. De acordo com o pai da criança, o pedreiro Marlon Fernando da Silva Soares, de 36 anos, mesmo com a determinação da Justiça, eles esperam até hoje um retorno. “Meu filho nunca foi para casa”, lamenta.
O pedreiro conta que sua mulher estava grávida de gêmeos e a bolsa dela estourou antes do tempo. De acordo com Marlon, os médicos pediram para esperar mais dias para fazer o parto. Porém, no dia do nascimento das crianças, o cordão de Arthur soltou da placenta e foi necessário fazer um parto de emergência. A menina nasceu sem complicações, mas o Arthur ficou mais de 10 minutos sem respirar.
Ao G1, o Departamento Regional de Saúde (DRS) da Baixada Santista informa que o paciente segue recebendo todo o atendimento necessário no Hospital Guilherme Álvaro. Está em andamento o processo para contratação de home care, com a contratação dos profissionais nas áreas de Fisioterapia, Nutrição e Enfermagem, bem como aquisição de materiais e insumos. A família, segundo a DRS, seguirá orientada sobre todos os cuidados relacionados à criança e o Guilherme Álvaro permanece à disposição para esclarecimentos.
Conforme explica o pai de Arthur, quando ainda era recém-nascido, o menino foi para a UTI Neonatal em um hospital de Santos, onde foi reanimado e ficou em coma induzido por cerca de dois meses. O pedreiro disse ainda que foi necessário fazer traqueostomia e gastrostomia no tempo que ele ficou no local. O bebê passou por UTI Neonatal, UTI Pediátrica e Pediatria, onde pegou uma meningite. A doença fez com que ele perdesse a visão.
Apesar dos problemas de saúde de Arthur, o estado de saúde da criança é estável, e a família tenta levá-lo para casa. “Nós moramos no hospital. Minha mulher fica de segunda a sexta enquanto eu trabalho e levo minha filha para a creche. Passo o fim de semana com ele”, relata o pedreiro.
Segundo Marlon, a família recorreu à justiça para conseguir os serviços de home care e insumos necessários. Eles conseguiram a primeira determinação no dia 30 de janeiro de 2018. Ele conta que recorreram, e então entraram novamente com o processo, ganhando o direito. Apesar da determinação, eles ainda não conseguiram os serviços.
“Eu sou autônomo e é uma situação muito difícil. Nós moramos no hospital há dois anos”, desabafa. O pai também fez um apelo nas redes sociais para tentar chamar a atenção sobre o caso. Hoje, ele só espera que o problema seja resolvido e a determinação seja cumprida. “Minha vontade é colocar ele no braço e levar para casa, mas quero fazer isso com segurança. Já é hora do meu filho ir para casa”, finaliza.
Pais de Arthur e Valentina no hospital — Foto: Arquivo Pessoal
Fonte: G1
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