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Foto do escritorPortal Saúde Agora

Falso médico que socorria vítimas em rodovia aparece em fotos com bebês em hospitais


 
 

O falso médico Gerson Lavísio, que foi detido depois de realizar um procedimento na perna de uma vítima de um acidente na via Dutra e resultou na amputação do membro, aparece em fotos com bebês em hospitais da região de Sorocaba (SP). As imagens foram feitas há pelo menos sete anos.


Em uma das fotos, Gerson posou ao lado de uma bebê vestida de roupa rosa, em 2015. A mãe da menina não quis dar entrevista, mas disse que o rapaz se apresentava como estudante de medicina e chegou a examiná-la. Uma médica suspeitou da situação e o proibiu de frequentar a área entre 2014 e 2015. A defesa de Gerson não foi localizada pela reportagem.

O registro com a menina foi feito em um leito de um hospital particular de Sorocaba. O Grupo NotreDame Intermédica, atual responsável pelo Hospital Samaritano, afirmou, em nota, que não fazia a gestão da unidade em 2015. "Atualmente, realizamos um processo de governança que inclui dupla checagem de documentações (diploma, registro em conselho de classe, título de especialista) do nosso corpo clínico no início da atuação dos médicos nas nossas unidades. Além disso, periodicamente atualizamos essa checagem do corpo clínico", escreveu. Em outra imagem do falso médico, no lençol aparece a escrita "CHS", uma sigla do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Também por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Estado afirmou que não encontrou nenhum registro de profissional com o nome de Gerson. "O Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) informa que não foi encontrado registro de contratação com os nomes mencionados pela reportagem em seu banco de dados. É importante reiterar que toda admissão de médicos é realizada mediante análise de documentação pessoal, juntamente ao CRM dos profissionais."

Segundo apurado pelo g1, em outros registros o homem usa um jaleco com o nome da PUC-SP, ao lado de pacientes e na biblioteca. No entanto, a instituição nega que ele tenha sido aluno. "A pessoa que se apresenta como Gerson Lavísio ou Murilo Lavísio nunca foi aluna da PUC-SP. Lamentamos profundamente que ele tenha conseguido utilizar um jaleco com o brasão desta universidade e se aproveitado do acesso público à biblioteca deste campus para fins ilícitos, que, inclusive, colocaram a vida e a saúde de seres humanos em risco", detalhou em nota. Atendimento em Votorantim

A Secretaria de Saúde de Votorantim (SP) informou nas redes sociais que, em 3 de março, o homem atendeu cinco pessoas durante duas horas de plantão. Destes pacientes, três receberam novamente atendimento médico e outros dois não foram encontrados, na ocasião. Segundo a prefeitura, o suspeito não faz parte do quadro de funcionários da Secretária de Saúde, mas, sim, da empresa terceirizada Cirmed Serviços Médicos Ltda, responsável pela prestação de serviços para cobertura de escala na UPA.

Na ocasião, ele foi questionado por médicos da unidade, pois foi percebida a inconsistência no conteúdo de suas fichas de atendimento. Gerson deixou o local e não retornou mais.

"Os pacientes foram reavaliados e os representantes da UPA e da Secretaria de Saúde de Votorantim notificaram oficialmente o Cremesp. Encaminharam as fichas de atendimento e as receitas médicas. Paralelamente, a entidade também recebeu uma notificação extrajudicial de um assessor jurídico da Secretaria de Saúde. A partir da denúncia da Secretaria de Saúde, uma fiscal do Cremesp esteve na UPA. A profissional averiguou todas as ações tomadas em relação ao caso", completou a prefeitura. Procurada, a Cirmed lamentou o caso em Votorantim e disse que Gerson tentou novamente se passar por médico habilitado, apresentando, em triagem eletrônica, os documentos necessários para contratação de serviços profissionais.

"Em seu primeiro dia, por volta das 7h, o falsário se apresentou no plantão para assinar a contratação e iniciar os serviços. Todavia, ao ser recebido pelo médico coordenador local da Cirmed, foi solicitado ao mesmo que apresentasse os documentos originais para a conferência e assinatura da contratação, conforme procedimento padrão. Sem apresentar os documentos, e desrespeitando a ordem superior, o falsário evadiu-se do local", informou a empresa.

"Ao verificar a falta da assinatura da contratação, acabou-se por desmascarar a fraude, quando, interpelando o falsário pelos documentos originais para assinatura do instrumento contratual, preferiu evadir do local. A Cirmed informa que está apurando os fatos e convocará todos os envolvidos que possam dar informações do falsário para a devida representação criminal.


Lamentável ainda a reincidência da fraude, evidenciando falha no sistema de repreensão criminal da repugnante conduta, permitindo mais esta infeliz tentativa de fraude. Infelizmente também fomos vítima de mais uma tentativa de fraude deste criminoso, que continua solto", completou a Cirmed. Pastor, missionário, coach O suspeito foi detido depois determinar a amputação da perna de uma vítima de acidente na via Dutra. Conforme a investigação, os prontuários que ele fazia seguiam com erros de português e com medicações iguais para pacientes com queixas diferentes, conforme registrado na unidade de Saúde em Votorantim.

Gerson Lavísio falsificou a documentação de médico e ainda fez uma lista de vítimas se passando por pastor evangélico, missionário na África, coach cristão e namorado, com mais de uma companheira ao mesmo tempo.

Uma investigação do Fantástico apontou que o homem é de Cambará, no Paraná, tem 32 anos e exerce a função como falso médico há pelo menos quatro meses, quando começou a apresentar um diploma falso de medicina pela Unicid, que negou que ele tenha feito qualquer curso na instituição. Gerson atendeu em ao menos três lugares diferentes. Os prontuários que ele fazia seguiam com erros de português e com medicações iguais para pacientes com queixas diferentes. Eventos religiosos falsos Nas redes sociais, Gerson ostentava vídeos no púlpito de igrejas e vídeos nos quais entrega profecias a fiéis. Em um deles, diz a um jovem que ele teria uma promessa de ser jogador de futebol.

Em publicações, ele chegava a compartilhar cartazes de eventos em que ele estaria, mas com endereços falsos. O suspeito fazia campanhas de oração e mentorias como "coach cristão". De um de seus discípulos, ele chegou a levar R$ 400, e, durante a pandemia, recebia contribuições mensais.


Fonte: G1

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