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Extremos climáticos afetam saúde respiratória dos bebês



A Fiocruz comprovou que os extremos climáticos estão afetando a saúde respiratória dos bebês.

Quem olha a Maria Clara rindo, brincando, não tem ideia de que ela estava internada no CTI.


"Ela começou com febre alta, nariz escorrendo bastante. Aí levei, já medicaram. Porém, não fez efeito. Na volta, teve raio-x, exame de sangue que constatou bronquiolite”, conta a dona de casa Vanessa Cunha.

O número de crianças com menos de 1 ano de idade com doenças respiratórias está em níveis preocupantes.


"Essas crianças têm as vias aéreas mais finas, elas têm uma menor capacidade de compensar o trabalho respiratório que é exigido no momento de uma infecção como essa”, explica Patrícia Barreto, pneumologista IFF-Fiocruz.

Em 2023, quase 153 mil bebês foram internados no SUS com pneumonia, bronquiolite ou bronquite. Uma média de mais de 400 internações por dia. É o maior número nos últimos 15 anos. Os dados fazem parte do Observa Infância, da Fiocruz.


Em 2020, com isolamento social por causa da pandemia, as internações atingiram o menor nível registrado. Em 2021, foram subindo lentamente, até que, em 2023, chegaram ao maior patamar desde 2009.


"São relacionadas a mudanças climáticas, a eventos extremos, frio extremo, calor extremo, secas, chuvas”, diz Cristiano Boccolini, coordenador do Observa Infância - Friocruz.

"Os eventos climáticos, principalmente os grandes desastres, levam ao aumento da vulnerabilidade social. Uma vez que eu aumento a vulnerabilidade social porque tenho que deslocar essa população, eu também vou diminuir a capacidade desse núcleo familiar de garantir a saúde desses bebês", afirma a pneumologista Patrícia Barreto.

A Região Sul tem a maior taxa de internações, seguida pelo Centro-Oeste. De acordo com o estudo, além das mudanças climáticas, a baixa cobertura vacinal da gestante pode agravar o problema.


"A gestante, quando recebe um imunizante, quando ela recebe uma vacina, transfere toda imunidade para seu bebê antes mesmo do parto. Então, esse bebê já nasce imunizado, por exemplo, contra influenza, contra Covid-19", explica o coordenador do Observa Infância - Friocruz.

A Letícia Fagundes passou um susto com a Ayla. Ela tinha apenas um mês de vida quando foi internada com bronquiolite.


"Ela ficou lá oito dias e ela não podia mamar peito porque ela engasgava e a respiração estava ruim e poderia prejudicar ela, podia ir leite para o pulmão. Agora está forte, está saudável, está bem”, diz Letícia.

Fonte: G1

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