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Estudo com pessoas de mais de 80 anos identifica atributos que podem ajudar a envelhecer melhor


 
 

Um estudo científico realizado com pessoas de mais de 80 anos de idade identificou certas características que podem ajudar outras pessoas a envelhecer com mais qualidade.


Seu Shlomo, 86 anos, psicanalista, professor universitário, casado. Dona Deinha, 84 anos, viúva, mãe de seis filhos, bisavó e atriz amadora. Além da longa vida, eles têm em comum uma cabeça em ótima forma.

“Eu dou uma palestra e eu gravo ela na minha mente quase inteira. Eu consigo levar do início até o fim”, conta o professor universitário e palestrante Shlomo Zekhry.

Em um estudo da médica Laiz Godoy, pesquisadora da USP e do University College, de Londres, seu Shlomo e dona Deinha foram enquadrados na categoria de “superagers”, ou superidosos. Eles têm memória comparável à de pessoas bem mais jovens. Exames de imagem avançados do cérebro revelam isso.

"Parte do cérebro relacionada à memória e também à emoção, eles são mais preservados, se assemelhando ao de um indivíduo de meia idade, por exemplo, de 50 anos”, explica Laiz Laura de Godoy, pesquisadora da USP.

A pesquisadora também faz a revisão de pesquisas internacionais que tentam entender os superidosos. Existem fatores genéticos sendo estudados e, ainda, comportamentais, como estilo de vida, grau de instrução, profissão, condição física - que afeta a oxigenação do cérebro – e também conexões sociais e culturais, que estimulam outras conexões.

“Dois indivíduos que envelheceram com a mesma idade, perderam volume cerebral na mesma proporção, mas esse aqui teve mais experiências, se desafiou, quis aprender coisas novas, ele conseguiu fazer mais redes de conexão no cérebro”, afirma Laiz.

Dona Deinha participa de grupos da igreja, de tricô e de teatro, claro. A pandemia não impediu atuações online. Um curso de informática ajudou. “Eu falo: que bom, meu Deus, que eu estou podendo viver, pensar, viver todos os momentos, compreender. As pessoas precisam ficar ligadas que não são todas as pessoas de idade que são velhas, são idosas”, diz Deinha.

Seu Shlomo nunca parou de dar aulas, de pesquisar, de ter objetivos: “Amanhã, eu preciso preparar mais uma palestra, então eu vou estar o quê? Esperando o momento para sentar, trabalhar, um cérebro contínuo”, diz.

Estudar o que esses superidosos têm de diferente, de bom, pode ser o melhor caminho para evitar certos males, diz a pesquisadora.

“Os ‘superagers’ nascem como uma esperança, entendê-los é uma esperança. Pois, até aqui, a gente tenta achar o tratamento para a doença de Alzheimer tentando ver a cura, tentando ver o que está errado, o que está alterado. Será que não é hora da gente inverter esse jogo e tentar, a partir desses mecanismos biológicos que estão sendo descobertos pelo ‘superager’, utilizá-los como uma ferramenta e, assim, evitar o declínio cognitivo?”, sugere a pesquisadora. Fonte: G1

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