O intestino é considerado por muitos especialistas um segundo cérebro. Mas você sabe o motivo? É que ele apresenta milhões de conexões nervosas que interferem nos processos digestivos. Ou seja, a importância desse órgão para o funcionamento do nosso corpo é enorme.
Segundo o gastroenterologista Nelson Cathcart Jr, a dieta ocidental é cada vez mais rica em carboidratos, ultraprocessados e gorduras. Isso que faz com que sintomas como de estufamento e alteração na consistência das fezes sejam tão comuns.
Sentir isso de vez em quando é até normal, no entanto, quando os sintomas não passam, é preciso procurar ajuda médica. “Quando esses sintomas deixam de ser esporádicos, tornam-se frequentes e interferem em nossa qualidade de vida (podendo gerar inclusive sintomas extra intestinais, como enxaqueca e lesões de pele), é importante investigá-los”, ressalta o médico.
Causas das alterações intestinais
Nelson comenta que um dos principais questionamentos das pessoas é se o intestino solto e o estufamento na barriga tem relação com doenças inflamatórias, que causam grandes inflamações e danos na mucosa do intestino — e a resposta é sim. No entanto, elas, Crohn e Retocolite, não são as causas mais frequentes.
Segundo o profissional, os principais motivos de intestino solto estão associados a quadros de intolerâncias alimentares, disbiose e doenças como a síndrome do intestino irritável. “Os quadros de intestino solto ou diarreia são divididos em agudos, que duram até 14 dias, e crônicos, que passam de um mês. As diarreias agudas possuem em sua maioria uma causa infecciosa (vírus, bactérias e protozoários), diferente das crônicas, onde doenças como síndrome do intestino irritável, doença celíaca e a tão falada intolerância à lactose, por exemplo, podem explicar”, destaca.
Uma causa bem comum de estufamento e intestino solto (podendo em alguns casos alternar com intestino preso), são as intolerâncias alimentares. Dentre elas, a mais comum é a intolerância à lactose (o açúcar do leite). “Essa intolerância pode atingir até 65% da população, em determinados grupos étnicos. A sua principal causa é a não persistência da enzima (lactase) responsável pela sua absorção no nosso intestino. Isso faz com que este açúcar fique disponível no intestino e cause grande fermentação pela nossa microbiota intestinal”, explica.
O que fazer?
Segundo o médico, quando os sintomas do aparelho digestivo aparecerem, por mais “bobos” que pareçam, você deve levá-los ao especialista. “Lembrando sempre daquilo que falamos na época do Maio Roxo: os sinais de alarme, como perda de peso, sangramento nas fezes, febre, anemia, diarreias e dores com despertares noturnos, estes sim devem ser mesmo investigados imediatamente, pois tem relação com as doenças inflamatórias intestinais”, completa.
Fonte: Alto Astral
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