A esclerose múltipla é uma doença neurológica autoimune crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem e atrapalham o envio dos comandos do cérebro para o resto do corpo. Esse processo é chamado de desmielinização.
Alguns locais no sistema nervoso — o cérebro, o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal — podem ser alvo preferencial da desmielinização característica da doença, o que explica os sintomas mais frequentes. Quais são os sintomas da esclerose múltipla? As causas da esclerose múltipla ainda não são totalmente conhecidas, mas existem estudos que sugerem que fatores genéticos, o ambiente em que a pessoa vive e até mesmo um vírus podem desempenhar um papel em seu desenvolvimento. Entretanto, a evolução da doença é muito diferente de um paciente para o outro.
Em estágio inicial, os sintomas costumam ser bem sutis e quase sempre desaparecem em cerca de uma semana. Por conta dos primeiros sintomas serem passageiros e mais leves, muitos pacientes passam anos sem diagnóstico nem tratamento.
Apesar de os sintomas serem diferentes em cada paciente, os mais frequentes são:
Perda de sensibilidade dos membros inferiores ou de todo um lado do corpo;
Fraqueza nos membros;
Baixa visão;
Dificuldade para falar ou engolir;
Dormência ou formigamento no corpo;
Visão dupla;
Tontura;
Fadiga;
Problema de coordenação dos membros;
Desequilíbrio;
Incontinência urinária;
Perda de memória.
O que causa a esclerose múltipla? A causa da doença é desconhecida, porém a explicação provável é as pessoas serem expostas no início da vida a um vírus (possivelmente um herpesvírus ou retrovírus) ou a alguma substância desconhecida que, de alguma maneira, aciona o sistema imunológico para atacar os tecidos do próprio corpo. A reação autoimune causa inflamação, que provoca lesão na bainha de mielina e nas fibras nervosas subjacentes. Os genes parecem desempenhar um determinado papel na esclerose múltipla. Como exemplo, ter um progenitor ou um(a) irmão/irmã com esclerose múltipla aumenta muito o risco de desenvolver a doença. Além disso, a esclerose múltipla tem mais probabilidade de se desenvolver em pessoas com certos marcadores genéticos na superfície das células.
Normalmente, esses marcadores, chamados antígenos leucocitários humanos, ajudam o corpo a distinguir o que faz ou não parte dele e, assim, saber quais substâncias atacar.
Outro fator que também é associado à doença é o ambiente. Alguma reação autoimune acontece no corpo da pessoa ao ser inserida em determinado ambiente e exposta aos seus agentes. Uma associação feita ao ambiente também é a falta de exposição solar do bebê nos primeiros meses ou anos de vida. Esse é um fator considerado facilitador, para alguns especialistas.
Essas diferenças podem estar relacionadas aos níveis de vitamina D. Como o corpo humano produz a vitamina D quando exposto à luz solar, podemos associar que pessoas crescendo em clima mais temperado podem ter um nível menor de vitamina D. Pessoas com um nível baixo de vitamina D têm mais probabilidade de desenvolver esclerose múltipla. Além disso, em pessoas que apresentam a doença e baixos níveis de vitamina D, os sintomas parecem ocorrer mais frequentemente e são mais graves. Mas não se sabe como a vitamina D pode proteger contra a doença.
O tabagismo também parece aumentar as chances de desenvolver esclerose múltipla. A razão é desconhecida.
Qual é o tratamento para esclerose múltipla?
Não há cura para a esclerose múltipla, mas existe um tratamento. Quanto antes começar, mais qualidade de vida você pode ter. O tratamento pode ser a base de corticoides, que ajudam a inibir a ação do sistema imunológico. Pode ser também com medicamentos para controle do sistema imunológico, que dificultam o ataque das células de defesa à mielina e ajudam a evitar crises.
Existe prevenção para esclerose múltipla?
Vale relembrar que apenas o médico consegue definir o tipo de tratamento mais adequado para cada pessoa. Existem hábitos e práticas que podem amenizar os sinais e sintomas da esclerose múltipla, tais como:
Exercícios físicos: pedalar, caminhar, nadar e se alongar, auxiliam na saúde cardiovascular, muscular e psicológica. Procure caminhar sempre que puder, isso ajuda na sua qualidade de vida e evita a depressão.
Antes de qualquer tipo de exercício físico, é importante consultar um médico, que vai orientar quais tipos de exercícios são indicados para cada caso e se há algum impedimento, além de orientar sobre a frequência e a intensidade deles. Isso evita o surgimento de outros problemas e até o agravamento de algum sinal ou sintoma da doença.
Fonte: O Globo
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