Entenda como as lagostas podem ajudar no avanço dos anticoncepcionais
- Portal Saúde Agora
- 10 de dez. de 2022
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Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, estão produzindo um anticoncepcional em gel, desenvolvido à base de uma substância encontrada nas lagostas. Testes iniciais mostram que o método contraceptivo é capaz de bloquear a passagem de 98% dos espermatozoides no colo do útero.
A quitosana é um composto natural encontrado nos exoesqueletos de crustáceos como lagostas, camarões e caranguejos rico em fibras, e é conhecido pelo seu alto poder de cicatrização.
Atualmente, a substância também é usada como suplemento para regular os níveis de triglicerídeos e colesterol “ruim” (LDL) no sangue. As fibras da quitosana ajudam a diminuir a absorção da gordura dos alimentos e evitam problemas de saúde como aterosclerose e infarto.
O novo gel vaginal combina a quitosana com a mucina, um conjunto de glicoproteínas presentes no muco. A combinação engrossa o muco cervical, criando uma barreira no colo do útero. Os desenvolvedores afirmam que o produto poderá ser aplicado rapidamente pelas mulheres.
Os primeiros testes, feitos com ovelhas, mostram que seu efeito dura algumas horas, mas diminui à medida que a barreira de muco é substituída naturalmente. Testes em laboratório com muco cervical e esperma humano mostraram um efeito semelhante.
“Géis vaginais como este podem ser aplicados em segundos. Imaginamos que um produto como este possa ser usado de segundos a algumas horas antes da relação sexual”, escrevem os autores do estudo em um comunicado.
De acordo com o pesquisador de biopolímeros Thomas Crouzier, do KTH Royal Institute of Technology e autor sênior do estudo, as moléculas de quitosana são mucoadesivas e interagem com o muco do canal cervical, fechando os poros e impossibilitando a penetração do esperma.
“Os espermatozoides, que precisam viajar pelo colo do útero para entrar no útero, encontram esse muco modificado e ficam mais lentos. O esperma que permanece na vagina é naturalmente desativado ao longo do tempo pelo ambiente vaginal – baixo pH e resposta imune ao esperma”, explica Crouzier, em entrevista ao Medical News Today.
Livre de efeitos colaterais
Ao contrário da maioria dos métodos contraceptivos tradicionais – como as pílulas, implantes, injeções e adesivos – que utilizam estrogênio e progesterona, o gel não possui hormônios e poderia prevenir gestações indesejáveis sem efeitos colaterais para as mulheres.
Os desconfortos provocados pelo uso desses produtos, como dores de cabeça, inchaço e acne, fazem com que muitas mulheres abandonem os métodos hosmonais disponíveis hoje.
Fonte: Metrópoles
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