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Dor, fadiga, enxaqueca: sintomas físicos no home office refletem pouca saúde mental




RIO — Sintomas físicos como dores na coluna, na cabeça e fadiga durante o home office estão associados a baixos índices de saúde mental e bem-estar. É o que mostra um levantamento realizado pelo Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicado nesta sexta-feira (9).


A pesquisa, divulgada pela Agência Bori, foi realizada em parceria com o Institute of Employment Studies (IES) do Reino Unido, por meio da aplicação de um questionário on-line a 653 trabalhadores brasileiros, no período de 1 de junho a 30 de agosto. Entre os participantes, 87,7% afirmaram ter começado a trabalhar remotamente devido à pandemia da Covid-19.


A maioria dos entrevistados relatou uma frequência um pouco ou muito maior que o habitual de desconforto ou dores nas costas, no pescoço e nos ombros. Problemas de sono, fadiga ocular, cansaço excessivo e cefaleias ou enxaquecas também foram sintomas da maioria.


— Vimos uma relação estatística muito forte de que quem tem indicador de bem-estar baixo também tem sintomas físicos. Precisamos pensar não só em dar um suporte em termos de postura, remédio para dor de cabeça, mas ajudar as pessoas a trabalharem esse lado emocional e social — afirma Alberto José Ogata, pesquisador do FGV Saúde e autor do estudo.


Os trabalhadores relataram também a maior ocorrência de outros problemas, como a preocupação com as questões financeiras da família (35,8%), ansiedade com a saúde de um parente (30,1%) e sensação de isolamento e solidão (11,5%).


Mulheres são mais afetadas


Os pesquisadores também aplicaram um questionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) que avalia o estado de humor, vitalidade e interesse geral em uma escala de 0 a 25. Quase metade dos participantes (45,6%) teve um índice igual ou inferior a 13, considerado abaixo do esperado. Isso significa que eles podem ter algum grau de depressão ou baixo nível de bem-estar.


Ogata destacou que os índices de saúde mental e bem-estar analisados foram mais baixos entre as mulheres, que muitas vezes se sobrecarregam com a casa e os filhos.


— É comum ouvirmos a narrativa dos homens de “eu ajudo” com as tarefas, mas não está. Só ajudar não é suficiente — ressalta o médico.


O estudo mostrou, ainda, que pessoas que moram sozinhas também tiveram índices abaixo do recomendado.


— São os dois extremos. Se a pessoa fica o tempo todo sozinha, isso acaba não sendo bom para a saúde. E se ela está em uma casa onde tem muita gente, se sobrecarrega — explica.


Fonte: O Globo

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