Doenças respiratórias provocam corrida às unidades de pronto atendimento em São Paulo

As doenças respiratórias estão provocando uma corrida às unidades de pronto atendimento em São Paulo. Boa parte dos pacientes é de crianças com o vírus da influenza. E, quanto mais novas, maior o risco de necessidade de internação.
Na porta de um dos hospitais de referência no atendimento a crianças em São Paulo o que mais tem é pai e mãe com filho gripado. Na casa do empreiteiro Jurandir Moreira, ninguém escapou. "Primeiro pegou o Heitorzinho, qué é um dos gêmeos. E depois pegou eu, depois passou para mãe, e depois passou para o menino de oito anos, o Lucas. E pegou os dois agora de novo, o Heitor e a Helena", diz.
A dona Elizabeth Godoy veio com os dois netos para o hospital. A gripe dessa vez preocupou. "Está tendo febre, quatro dias que tá com febre, está tomando medicação e, hoje, a gente veio aqui porque o médico falou que ele está com começo de bronquiolite devido à gripe, que não cessou", explica.
São paulo vive uma epidemia de gripe. Na primeira semana de novembro foram confirmados cinco casos de influenza. Na semana passada foram 233. No painel da prefeitura que monitora os casos, não tem a divisão por idade, mas segundo a vigilância sanitária, o número de infecções entre as crianças segue essa mesma proporção, mas com um agravante. "As crianças infectadas por influenza, tendem a ter maior complicação. É um percentual maior de crianças que necessita de internação comparado com os pacientes adultos", afirma o coordenador de vigilância em saúde da cidade de São Paulo, Luiz Artur Caldeira. A epidemia de gripe que derrubou muita gente nas últimas semanas acontece num momento em que quem tem menos de 12 anos está mais exposto ao novo coronavírus.
Esta semana a Associação Médica Brasileira divulgou um documento assinado também por outras 14 associações e sociedades de especialidades médicas defendendo a vacinação contra a Covid para crianças de 5 a 11 anos. O documento diz que é necessária a urgente aquisição das doses pediátricas pelo Ministério da Saúde. "Nós temos enfrentado uma dupla epidemia, Covid e influenza, que têm lotado os serviços de emergência, com longas esperas, ocupação de leitos em UTI. E essas doenças poderiam estar sendo prevenidas com a vacinação", destaca Renato Kfouri, membro do Comitê Covid da AMB. A pediatra Ana Escobar reforça que a vacina contra Covid para as crianças é urgente e lembra que, se elas forem vacinadas logo, vai dar tempo de todo mundo voltar para escola protegido.
"Se a gente conseguir no início de janeiro vacinar as crianças, conseguiremos fazer a segunda dose três semanas depois. Ou seja, quando elas começarem as aulas, retornar as escolas, as crianças já estarão com duas doses da vacina, protegendo a comunidade, professores, funcionários e as famílias também", afirma a pediatra.
Fonte: G1