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Dizer não é difícil? Saiba como isso afeta sua saúde mental



Você sabe negar convites e favores com facilidade ou é do tipo de pessoa que tem dificuldade para dizer não? Segundo a psicóloga e hipnoterapeuta Gislene Erbs, o desejo de ser valorizado pelo próximo é o que leva muitas pessoas a não conseguirem dizer “não”.


Quem enfrenta esse desafio sabe que é difícil dar uma negativa mesmo não querendo atender a determinadas demandas, e sabendo que poderão ter suas prioridades afetadas negativamente. Então, acreditando que o outro deixará de gostar dela caso negue alguma solicitação, e temendo sofrer em razão disso, a pessoa tem o resultado contrário ao desejado. Ou seja, vai em direção àquilo que tanto desejava escapar: o sofrimento.


“Para algumas pessoas, o simples fato de mencionarem a palavra ‘não’ tem o poder de fazê-las se sentirem culpadas, mal-educadas, envergonhadas ou amedrontadas. Isso a ponto de se perceberem como alguém desvalorizado, não digno de ser aceito e nem mesmo de ser amado”, diz a psicóloga.


No entanto, ao passar por cima de nossos desejos e prioridades para agradar alguém, acabamos enfrentando consequências que nunca teríamos desejado viver. É o caso, por exemplo, de sentir-se com a autoestima baixa e deprimido, aponta a profissional. “Veja como isso é curioso: perdemos coisas exatamente por não conseguirmos dizer não por termos medo de perder coisas”, afirma.

Impactos na saúde


A dificuldade para dizer “não” vai muito além do simples desafio de se impor. Isso porque o hábito pode causar sérios impactos na saúde. Gislene afirma que o problema pode levar a sintomas somáticos como dor de cabeça, alergias, problemas digestivos, diabetes, pressão alta, estresse e também a transtornos como síndrome do pânico, depressão e ansiedade. “Assim como outras doenças como a fibromialgia, em virtude de tensões musculares”, alerta.


“Isso porque quando vamos contra nossos próprios desejos e sentimentos, surge a frustração e a insatisfação, ampliando os sentimentos negativos, desde raiva do outro como de si mesmo, culpa, solidão, tristeza, medo especialmente de não conseguir fazer tudo que assumiu. E por consequência afeta diretamente a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida”, explica a especialista.


Além disso, essa falta de habilidades emocionais pode levar ao agravamento de condições e doenças pré-existentes, ou reforçar registros emocionais positivos e negativos. “Quando esses registros já são negativos, eles vão tomando mais força, com reações às vezes inesperadas, por falta de controle emocional. E traumas, gatilhos mentais, crenças limitantes podem ocorrer em virtude desses resultados negativos”, afirma.

Como começar a dizer “não”?

Segundo Gislene, o caminho para sair dessa espiral de sofrimento causada pelo péssimo hábito de priorizar a vontade alheia em detrimento da própria vontade passa por mudanças que quebram comportamentos de comodidade. “Infelizmente, nos acomodamos fazendo até mesmo as coisas que não nos fazem bem”, comenta.


Para isso, conforme a especialista, é preciso muita coragem, assim como esforço, dedicação, confiança e determinação. Além disso, é importante permanecer ciente de que transformações levam tempo para acontecerem de fato.


O primeiro passo da jornada de mudanças é inteirar-se sobre seus padrões de comportamento, para saber se realmente sofre do problema, aponta a psicóloga. Para isso, é de grande ajuda indagar-se se tem o costume de dizer “sim” quando na realidade quer dizer “não”, priorizando os outros ao invés de si mesmo, em diversas situações.


“Se você costuma dizer ‘sim’ porque deseja ser apreciado, para evitar um confronto, para não magoar as pessoas, ou como forma de compensar as pessoas por algo que deixou de fazer, você é um forte candidato a estar engolindo muitos sapos pela vida, simplesmente por não conseguir dizer ‘não” quando é necessário”, afirma.


Depois de inteirar-se sobre os próprios hábitos e costumes, confirmando que realmente prioriza pautas alheias no lugar de assuntos próprios, a psicóloga sugere que a pessoa se indague se é isso mesmo que deseja para a própria vida e se sente feliz, satisfeita e plena vivendo dessa maneira.


A profissional destaca que são desses questionamentos que sairão intenções, planos e estratégias para que a pessoa ajuste sua realidade. Claro, respeitando os próprios limites e vontades, decidindo e agindo de maneira mais assertiva, positiva e construtiva para viver uma vida mais plena, saudável e feliz.


Fonte: Saúde em Dia

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