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Dinheiro traz felicidade? Saiba quais os critérios para medir se um país é feliz



Na próxima quarta-feira, o mundo vai descobrir qual foi o país mais feliz do mundo em 2023. O ranking, batizado de World Happiness Report (Relatório Mundial da Felicidade), foi criado pelo sociólogo Luis Gallardo, em 2012. Presidente da Fundação Mundial da Felicidade (World Happiness Foundation), o espanhol é responsável por definir os critérios levados em consideração na hora de analisar quais os lugares mais felizes do globo. O estudo é realizado todos os anos, desde então, e leva em consideração uma série de fatores de 130 nações.


A sabedoria popular costuma dizer que "dinheiro não traz felicidade". Apesar disso, nas últimas edições, lugares como a Finlândia, onde a população tem uma excelente qualidade de vida, têm liderado a lista. Em entrevista a Forbes Brasil, o estudioso contou que esse não é o único motivo levado em consideração para montar o mapa da felicidade.


— O principal critério que usamos é a avaliação da vida da metodologia “Escada de Cantril”, em que os entrevistados de 130 nacionalidades diferentes classificam sua vida atual em uma escala de 0 a 10, sendo 10 a melhor vida possível e 0 a pior. Além disso, outros fatores incluem o PIB per capita, a esperança de vida saudável, o apoio social, a liberdade, a generosidade e a ausência de corrupção. Esses critérios são ponderados e combinados para formar uma avaliação abrangente.

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— Pessoalmente, associo que a felicidade de uma nação não depende exclusivamente da renda, embora ela desempenhe um papel importante. Fatores como apoio social, expectativa de vida saudável, liberdade para tomar decisões de vida, generosidade e percepção de corrupção também são cruciais. A combinação de bem-estar econômico, social e político tem um impacto significativo na felicidade.


Apesar de ser realizado há 12 anos, com os resultados tradicionalmente divulgados no dia 20 de março — data estabelecida pela ONU como o Dia Mundial da Felicidade —, o espanhol chama a atenção para algumas das dificuldades na produção do relatório.


— Um dos maiores desafios é coletar dados comparáveis em diferentes países e culturas. Depois, analisar os diversos fatores que influenciam a felicidade, e entender como eles interagem entre si. Eventos globais, como a pandemia de Covid-19, também apresentam desafios adicionais porque afetam os níveis de felicidade e os fatores que a determinam.


A próxima edição, que será divulgada daqui a três dias, vai continuar refletindo o impacto da pandemia de Covid-19 nos níveis de felicidade global, garante Luis Gallardo, "com possíveis mudanças nos fatores". Além disso, ele destaca que "algumas surpresas podem surgir, especialmente considerando as complexidades e as variáveis em jogo".


Na última análise, o Brasil caiu 11 posições e migrou do 38º para o 49º lugar. Mesmo com a recente queda de posições, o presidente da fundação vê potencial de melhora para a situação brasileira.


— O Brasil enfrenta desafios como desigualdade econômica, problemas de saúde pública, corrupção e violência. No entanto, também existem oportunidades, como o fortalecimento de redes sociais, investimento em saúde e educação, promoção da igualdade econômica e melhorias na infraestrutura e meio ambiente. O país pode se beneficiar ao abordar esses desafios e aproveitar essas oportunidades para melhorar o bem-estar e a felicidade de sua população.

Fonte: O Globo

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