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Foto do escritorPortal Saúde Agora

Dia Mundial do Autismo: conheça jovem do DF que, aos 18 anos, passou em engenharia aeroespacial



Aos 18 anos, Laís Coelho foi aprovada para o curso de engenharia aeroespacial na Universidade de Brasília (UnB). Diagnosticada com autismo, a adolescente passou em 7º lugar pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS), estudando praticamente sozinha.

Apaixonada por disciplinas de exatas, Laís conta que sempre sonhou em ingressar na UnB. Quando recebeu o resultado do PAS, na última quarta-feira (30), ela não conteve a emoção. "Fiquei muito assustada, sem saber se era real. Fiquei surpresa e comecei a pular e sorrir. Pessoas limitam o autista antes mesmo dele tentar. Somos capazes", diz a estudante. Neste sábado (2), é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e especialistas alertam para a importância da inclusão escolar. A psicóloga Roberta Castelo Branco lembra que o acesso à educação é um direito constitucional de todos, sem exceção, e que a escola ou universidade "é um espaço de socialização que promove e favorece o desenvolvimento cognitivo, socioemocional e, principalmente, a interação social". "A inclusão assegura direitos, igualdade, diversidade, gera aprendizagem, estimula a autonomia e a independência das pessoas com deficiência ou com algum tipo de transtorno, em todas as fases da vida", diz a especialista. Para Laís, a entrada na universidade é uma vitória. Ao saber que tinha passado, ela e as irmãs decidiram fazer uma surpresa para a mãe, que não estava em casa. "Fingi que estava passando mal, mas ela [a mãe] percebeu e já gritou que eu tinha passado", conta Laís. As imagens mostram a pedagoga Leila Coelho abraçando a filha, e as duas pulando de alegria. Em seguida, a mãe de Laís comemora e dança. "Fiquei eufórica, comecei a pular, repeti 'eu sabia', porque eu tinha a certeza que ela ia chegar lá, porque nós lutamos muito pra isso", diz Leila. Como o PAS tem três fases, Laís estudou sozinha para as provas iniciais. Para a última etapa, fez cursinho por dois meses.

"Foi um grande incentivo que tive, porque durante a caminhada, várias pessoas me ajudaram. Tive uma sorte enorme de ter a família que tenho e pessoas que estiveram ao meu lado", conta Laís. O diagnóstico de autismo A adolescente descobriu que tinha autismo em 2021, quando já tinha 17 anos. Ela conta que já fazia acompanhamento com psicólogo para tratar o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), mas o diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) veio apenas no passado.

A estudante lembra que a mãe e as irmãs suspeitavam que ela tivesse autismo. No entanto, como algumas características dos dois transtornos são semelhantes, o diagnóstico demorou para ser conclusivo.

Leila diz que descobrir exatamente o que a filha tem foi "impactante". Um susto e um alívio, ao mesmo tempo. "Eu sabia do TDAH. Mas, apesar de ter uma suspeita e saber que a Laís era diferente, eu ainda não esperava o diagnóstico [de autismo]. Mas, foi muito bom. Saber o que é, ter um diagnóstico, nos dá o caminho a seguir", diz Leila. A importância da inclusão escolar A psicóloga clínica de crianças e adolescentes Roberta Castelo Branco diz que o desafio da inclusão escolar de crianças com autismo – ou outros transtornos – não deve ser apenas da família. Para ela, é fundamental que as escolas se adaptem e ofereçam:

  • Acessibilidade

  • Formação adequada para os educadores

  • Materiais e recursos adaptados

  • Projetos pedagógicos com intencionalidade inclusiva

Sinais do autismo O psiquiatra Alisson Marques explica que os primeiros sinais do autismo são observados, normalmente, no segundo ano de vida. Em algumas crianças, no entanto, é possível perceber alguns indícios no desenvolvimento já no primeiro ano de vida.

Segundo o especialista, as manifestações clínicas podem se dar de diversas formas. Mas o comportamento é um aspecto fundamental. Veja algumas situações:

  • Comportamentos mais restritos

  • Comportamentos mais repetitivos

  • Movimentos estereotipados

  • Dificuldade de comunicação social como interagir, iniciar e sustentar uma conversa, responder o que é esperado, se ajustar socialmente ao que o ambiente espera

  • Dificuldade de reconhecer uma linguagem não verbal, como face, gestos, contato visual

  • Atraso na linguagem

Para o médico, é importante entender que o tratamento para o autismo é multiprofissional. "O paciente precisa do psiquiatra, do psicólogo, do fisioterapeuta, do nutricionista, do fonoaudiólogo. Mas tudo isso deve estar associado a uma família que esteja orientada, que entenda que a criança ou adolescente precisa ser estimulado", diz o psiquiatra.


Fonte: G1

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