Os relógios inteligentes (smartwatches) monitoram tudo, desde a nossa frequência cardíaca e calorias gastas no dia até o número de passos e quilômetros andados.
⌚ Eles também prometem monitorar o nosso sono, fornecendo informações sobre a qualidade, horas dormidas e até quanto tempo passamos em cada fase do sono. Mas eles realmente funcionam? (Esta reportagem é parte de uma série do g1 que já respondeu se "dormir mais de 8 horas é preguiça", se "posso levar o celular para a cama", se é bom "trabalhar enquanto outros dormem", e por que as crianças têm razão ao reclamarem do horário das aulas pela manhã.) Apesar de ajudar a reconhecer padrões nos hábitos do sono, não podemos confiar 100% no cálculo do relógio. Isso porque ele não mede diretamente "o dormir". O que o dispositivo faz é captar os movimentos do corpo enquanto dormimos.
"O relógio é útil para que a pessoa entenda que o sono precisa ser cuidado. O dispositivo tem um actigráfo que mede o movimento. Se você não se movimenta, mas está acordado, ele vai calcular como sono", explica Sandra Doria, otorrinolaringologista especialista em Medicina do Sono.
Para obter dados exatos sobre o nosso dormir, teríamos que fazer um estudo médico do sono, através da polissonografia. O teste monitora as ondas cerebrais para analisar os estágios do sono pelos quais passamos durante a noite. Geralmente, a polissonografia é feita para diagnosticar distúrbios, como apneia. Diário do sono Uma forma de chegar à média de horas dormidas é com a ajuda de um diário do sono. Além de traçar uma média de quanto tempo você passou na cama, o caderno pode ajudar a monitorar hábitos e documentar problemas de sono. 📓 Um diário do sono nada mais é do que um registro de informações sobre os hábitos do sono e atividades gerais num determinado período de noites/dias. Monica Andersen, diretora do Instituto do Sono, explica que o diário deve ser feito por 14 dias. Para saber o tempo médio de horas dormidas, o ideal é que o registro seja feito durante as férias, quando a pessoa está livre de qualquer compromisso (e não usa o despertador para acordar).
Além de registrar as horas de dormir e acordar, você também pode responder a outras perguntas sobre o sono para poder desenhar seus hábitos e identificar problemas:
Quanto tempo eu levo para adormecer?
O número e a duração das interrupções do sono
Cochilo: o número e a duração das sonecas diurnas
Qualidade do sono percebida
Consumo de álcool, cafeína e/ou tabaco
Medicamentos diários
Exercício diário
Para evitar problemas na hora do preenchimento, mantenha o diário do sono e uma caneta em um local de fácil acesso. Se você estiver fazendo o registro por orientação médica, use o formulário fornecido pelo especialista.
📝 Check-in da higiene do sono
O diário também ajuda na avaliação do sono. Ele está bom? Está ruim? Algumas perguntas podem apontar o que está certo e errado na hora da dormir:
Estou reservando tempo suficiente para dormir?
Meu horário de sono é consistente ou cheio de flutuações?
Estou passando um tempo significativo deitado na cama sem conseguir dormir?
Meu sono é interrompido durante a noite? Em caso afirmativo, existe algum padrão no diário que possa explicar por quê?
Meu sono é satisfatório? Sinto sonolência durante o dia?
Estou tirando sonecas muito longas ou muito tarde durante o dia que possam estar afetando meu sono noturno?
O uso de álcool, cafeína e/ou medicamentos está afetando meu tempo de sono ou a qualidade do sono?
Feita a avaliação, talvez seja a hora de olhar para a sua rotina e começar a adotar a chamada higiene do sono. Desenvolver hábitos noturnos saudáveis pode ajudar a ter mais sucesso na hora de dormir.
Fonte: G1
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