Denervação: entenda o novo procedimento feito por Lula para aliviar a dor no quadril

O novo procedimento médico a que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se submeteu nesta quarta-feira (26) para aliviar a dor crônica no quadril tem o nome de denervação percutânea.
No domingo, ele já havia feito uma infiltração na região, que é a aplicação de uma injeção com medicamentos diretamente no local da dor.
Os procedimentos têm como objetivo reduzir a dor no quadril até a cirurgia, prevista para outubro, que Lula irá fazer para a colocação de uma prótese. (Saiba mais sobre a cirurgia no infográfico ao final desta reportagem.)
Na terça (25), ele contou que tem um problema antigo na cabeça do fêmur, e que a dor tem se intensificado com o tempo. "Eu quero fazer a cirurgia porque não quero ficar com dor [...] Ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro", disse. Abaixo, entenda em 3 pontos o que é e como é feita a denervação percutânea. 1 - O que é a denervação percutânea? A denervação é um procedimento minimamente invasivo que consiste em "bloquear" ou "interromper" o nervo sensitivo que transmite a sensação de dor para o cérebro, explica o ortopedista Roberto Ranzini, que não faz parte da equipe médica de Lula. 2 - Como é feita a denervação? A denervação pode ser realizada com infiltração (injeção) de substância anestésica de longa duração, por crioterapia (congelamento) ou por radiofrequência (calor).
Segundo apuração da TV Globo, no caso do presidente, foi usada a crioterapia. O congelamento do nervo bloqueia ou interrompe o impulso nervoso e, consequentemente, controla a dor. Mas este procedimento não é definitivo e a dor acaba voltando. — Ranzini, médico do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. 3 - Qual o objetivo desse procedimento? A denervação é realizada nos casos de artrose ou osteoartrite em que o paciente apresenta muita dor, mas ainda não pode ser submetido a artroplastia (substituição articular). 👉 A artrose é caracterizada pelo desgaste da cartilagem que reveste a articulação, levando a um atrito ósseo e uma inflamação.
De acordo com Ranzini, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), este procedimento é feito exclusivamente para controle paliativo da dor, não é um procedimento curativo.
Fonte: G1