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Defensor de eletrochoque é nomeado por Pazuello para coordenar saúde mental


 
 

O psiquiatra defensor da terapia com eletrochoque Rafael Bernardon Ribeiro foi nomeado para assumir a coordenação geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde. A nomeação foi assinada pelo ministro Eduardo Pazuello e publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (18/2).

A área faz parte do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Em 2013, Bernardon era chefe de serviço de eletrochoque e eletroconvulsoterapia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.


Atualmente, de acordo com o currículo Lattes, o psiquiatra é diretor técnico do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental da Universidade Federal de São Paulo (Univesp).


Entre as especialidades, Bernardon atua na área de políticas públicas em saúde mental, gestão pública, psiquiatria forense e psiquiatria geral do adulto. Ele já foi coordenador adjunto da área em que, agora, assume interinamente.


Convulsoterapia


O médico é um dos responsáveis pelo site SOS Psiquiatria, que informa, por meio de artigos, diferentes tratamentos psiquiátricos, dentre eles a convulsoterapia (ECT). A metodologia é regulamentada no Brasil pela resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM).


Segundo texto do site, a ECT surge como tratamento em pacientes psiquiátricos em 1934, sofrendo modificações ao longo dos anos. De forma que, atualmente, a anestesia tornou-se obrigatória, para que o paciente tenha “o conforto de não ver ou sentir nada”.


“O uso de modernos aparelhos que operam a pulsos breves e ultrabreves permite o ajuste do estímulo elétrico aplicado a cada paciente, com a mesma eficácia”, defende o texto. Ainda de acordo com o site, o tratamento é indicado para pessoas com transtornos afetivos graves, com risco de suicídio, catatonia, impossibilidade ou intolerância ao uso de medicamentos (em gestação e pacientes idosos), pós síndrome neuroléptica maligna, psicoses refratárias, Parkinson e casos refratários em geral.


A metodologia, no entanto, foi duramente criticada pela pioneira da terapia ocupacional, a brasileira Nise da Silveira. Crítica a tratamentos que considerava agressivos e desumanizados, Silveira fez frente aos eletrochoques, confinamentos em manicômios e uso de camisas de força. Pela atuação humanizada, ela revolucionou o atendimento psiquiátrico, servindo como referência para os protocolos de tratamento mentais do Ministérios da Saúde e ganhando reconhecimento internacional pela Organização Mundial da Saúde.


Fonte: Correio Braziliense

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