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"Dedos de COVID" podem ser um sinal persistente da doença; saiba identificá-los


 
 

A COVID-19 traz consigo uma gama de sinais e sintomas que ainda está sendo analisada cuidadosamente pelos especialistas, já que as informações são relativamente recentes, e sempre há algo novo a se descobrir. Nesses sinais, enquadram-se os "dedos de COVID", que foram apontados logo no começo da pandemia. Na época, os médicos perceberam, desde os casos mais leves e assintomáticos até os mais graves, lesões roxas ou azuladas aparecendo nos dedos dos pés de alguns pacientes. Recentemente, pesquisas conduzidas pela International League of Dermatological Societies e pela American Academy of Dermatology, os dedos de COVID podem durar meses.


De acordo com o Dr. Ben Littlewood-Hillsdon, Diretor Médico de uma ferramenta de avaliação de sintomas chamada Doctorlink, os dedos de COVID apontados como um sinal persistente da doença mostram que as lesões podem permanecer por mais do que o período médio de sintomas, compreendido em duas semanas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dedos de COVID formam um dos sinais mais incomuns nessa categoria.


Como ele explicou, outros também sugeriram que as erupções cutâneas podem se tornar comuns quando os pacientes estão lutando contra infecções virais ou quando estão sendo tratados com antibióticos. "No entanto, a causa raiz do dedo do pé apresentar lesões ainda não está clara e sua ligação com o vírus permanece circunstancial", disse o Dr. Littlewood-Hillsdon.


“Se os pacientes tiverem testado positivo para COVID-19 e apresentarem erupção cutânea ou dedos de COVID, é importante que eles entrem em contato com seu médico, pois isso ajudará os profissionais a compreenderem melhor o vírus e os sinais e sintomas associados, que podem se apresentar em casos diferentes", acrescentou.


Em julho, pesquisadores espanhóis tentaram entender melhor sobre o sinal em questão. O estudo da Espanha analisou sete crianças com dedos de COVID, colhendo uma pequena amostra para biópsia das feridas, e descobriu partículas do vírus nas minúsculas células dos vasos sanguíneos dos pés. Apesar disso, as crianças não apresentaram sintomas respiratórios.


“Ainda estamos tentando descobrir a relação exata entre os dedos de COVID nos pés e o vírus, se uma pessoa desenvolverá imunidade como resultado ou não. Ainda existem outras causas, por isso recomendamos que uma pessoa consulte seu médico ou dermatologista se notar esses sintomas na pele”, disse Roxana Daneshjou, dermatologista da Stanford Dermatology, na época.


Inicialmente, pensava-se que os dedos de COVID eram apenas encontrados em crianças e adultos mais jovens, mas, à medida que mais dados foram coletados, descobriu-se que isso não é verdade. Segundo Esther Freeman, dermatologista e professora de Harvard, cerca de três quartos das pessoas que apresentam esses sintomas têm entre 22 e 59 anos. Ela analisou mais de 700 pessoas (sendo 171 pacientes que haviam sido testados positivos para COVID-19) de 31 países, e permitiu a descoberta de que os dedos de COVID não são a única condição de pele associada à infecção, mas também erupções cutâneas, que ocasionalmente se correlacionavam com a gravidade da doença.


Como identificar dedos de COVID?


Se um paciente que testou positivo ou teve COVID-19 de maneira assintomática apresentar erupções cutâneas, vermelhidão ou mesmo lesões arroxeadas nos dedos dos pés seu causa aparente, pode ser um sinal de que o vírus esteve ativo no corpo poucos ou muitos meses atrás. As lesões podem aparecer espontaneamente após a chegada do vírus ao organismo, e, inclusive, podem surgir sem associação com outros sinais ou sintomas causados pelo coronavírus.


A forma mais comum da lesão associada à doença é de macropápulas, ou seja, feridas que se erupcionam na pele dos dedos dos pés. A apresentação das feridas não segue uma regra: podem se parecer com frieiras, podem arder, podem coçar, assim como podem aparecer nas mãos, também. Existe a forma bolhosa da lesão, avermelhada e acompanhada de coceira, bem como lesões esbranquiçadas ou róseas, semelhantes a comichões, que podem surgir em diversas regiões do corpo, além dos pés e palmas das mãos. Já a forma arroxeada ou azulada é mais rara, e está associada à necrose tecidual, já que a circulação sanguínea se torna escassa nessas regiões. Esta última está associada a casos mais graves de COVID em pacientes idosos.


Mesmo que você desconfie de alguma dessas lesões, é fundamental consultar um médico — afinal de contas, podem ser indicativas de COVID-19, como podem estar associadas a outros fatores completamente distintos.


Fonte: CanalTech

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