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Como é o tratamento que curou 5 pessoas do HIV no planeta



Até hoje, apenas cinco pessoas no mundo foram curadas do HIV. Todas foram submetidas a um transplante de medula óssea para o tratamento de um câncer. Ao selecionar o doador, os médicos buscaram alguém com uma mutação genética que leva à não expressão de um receptor chamado CCR5.


Esse receptor é uma proteína que fica na superfície das células do sistema imunológico chamadas linfócitos T CD4, que são os principais alvos do HIV. Ele atua como uma espécie de fechadura por onde o vírus entra na célula. Porém, com a mutação e a ausência do receptor, a célula se torna resistente à infecção, interrompendo a replicação do vírus no organismo e eventualmente o eliminando.


Como funciona o tratamento?


De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o transplante de medula óssea é um tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas. Ele consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.


O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente ou alogênico, quando a medula vem de um doador. No caso dos pacientes curados do HIV, a medula veio de outro doador.


O processo tem início com testes específicos de compatibilidade, onde são analisadas amostras do sangue do receptor e do doador, a fim de evitar processos de rejeição da medula, bem como outras complicações como a agressão de células do doador contra órgãos do receptor. No caso destes pacientes, além da compatibilidade, a equipe médica procurou doadores que também tivessem a mutação genética que poderia curar o HIV.


Antes do transplante, o paciente é submetido a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula. Em seguida, ele recebe a medula sadia em um procedimento semelhante a uma transfusão de sangue.


Uma vez na corrente sanguínea, as células da nova medula circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Mas, logo após o transplante, o paciente precisa ser monitorado devido ao risco de infecções e hemorragias e ao uso de drogas quimioterápicas.


Riscos


O procedimento envolve diversos riscos. Os principais são relacionados às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. O paciente ainda pode desenvolver uma condição chamada “doença enxerto contra hospedeiro”, que precisa ser controlada com medicamentos. Isso aconteceu com Paul Edmonds, o quinto paciente a ser curado do HIV após o transplante.


Talvez vocês esteja se perguntando por que esse tratamento não é aplicado em todos os pacientes com HIV, então? Especialistas são categóricos em dizer que não é possível implementar o transplante de medula como medida terapêutica para o HIV.

Primeiro porque o transplante não é algo possível de se reproduzir em larga escala. Segundo, porque é um procedimento altamente arriscado cuja realização só se justifica diante de uma doença ameaçadora de vida como a leucemia. Atualmente, com os tratamentos disponíveis, a infecção pelo HIV não é mais ameaçadora de vida. Os pacientes que seguem o tratamento com rigor vivem plenamente e com saúde, longe da síndrome da imunodeficiência adquirida, a Aids.


Fonte: O Globo


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