Um cisto é uma espécie de cápsula encontrada em órgãos ou tecidos do corpo humano que geralmente é benigna, não causa sintomas e costuma ser achada sem querer. Mas há os chamados cistos complexos, que podem se tornar malignos. Há dezenas de tipos e causas possíveis para o surgimento deles e, na maioria das vezes, não há necessidade de tratamento.
Entre os mais comuns estão o cisto folicular ovariano, o epidérmico, o renal, o mamário e o de tireoide. Estima-se, por exemplo, que uma em cada três mulheres terá cisto no ovário em algum momento de sua vida. Há dois tipos de cisto de ovário. Um chamado de cisto ovariano funcional, relacionado ao ciclo menstrual, presente em mulheres em idade fértil e que costuma ser inofensivo e rápido. Outro chamado de cisto ovariano não funcional, que tem a ver com o crescimento celular anormal e que não está relacionado ao ciclo menstrual e frequentemente não desaparece naturalmente. Ou seja, pode demandar tratamento.
Antonio Siciliano, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Richet e especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), explica em entrevista à BBC News Brasil que há quatro tipos principais de cistos:
Cisto de retenção: cistos que ocorrem quando há obstrução parcial ou total de uma glândula, havendo assim um acúmulo e envelopamento da sua secreção, a exemplo do cisto epidérmico e cisto do seio maxilar.
Cisto exsudativo: quando há um estiramento por causa da secreção exagerada, como o cisto de Baker, que pode aparecer atrás da curva do joelho.
Cisto embrionário: resultado do crescimento de restos de tecido embrionário, como o cisto branquial e cisto dermoide.
Cisto parasitário: originado pela larva de um parasita, como o cisto hidático.
É comum que o interior de um cisto seja composto por conteúdos líquidos, como muco, líquor, sangue, queratina, líquido sinovial (localizado em articulações) e até mesmo pus, se estiver infectado. Mas substâncias semi sólidas ou sólidas, por exemplo, também podem ser encontradas ali. Esses cistos (ou nódulos) demandam uma análise mais aprofundada de um profissional de saúde. A localização do cisto, o tipo (simples ou complexo), o tamanho, o conteúdo, a presença de dor, sangramento ou inflamação…. Tudo isso deve ser considerado pelos profissionais de saúde que avaliam caso a caso. Isso porque os tratamentos, quando necessários, são diferentes para cada tipo de cisto, pois possuem causas e comportamentos distintos. "Cistos podem ser tumor também, que começa como cisto e logo na sequência começa a aparecer uma estrutura sólida, são os chamados cistos complexos. Ou seja, ele deixou de ser um cisto e começou a fazer uma estrutura sólida", explica à BBC News Brasil Jesus de Paula Carvalho, membro da Comissão Nacional de Ginecologia Oncológica da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Há ainda os chamados pseudocistos, similares aos cistos, mas que não possuem um revestimento, um contorno bem definido. Aparecem no pâncreas, como o pseudocisto pancreático, associado a complicações de uma pancreatite, e na mucosa da boca, como o pseudocisto antral, associado a alergias e infecções respiratórias superiores.
Mas, em caso de necessidade, qual seria o tratamento para um cisto?
Depende. Se houver desconforto, seja pelo tamanho ou por razões estéticas, a remoção total do cisto epidérmico pode ser feita por meio de cirurgia. No caso de inflamações e infecções repetidas, o tratamento pode primeiro mirar a infecção, com antibióticos ou drenagem do pus. Depois, a necessidade de cirurgia é avaliada.
Dentre os sinais que demandam atenção estão formatos irregulares (porque eles são quase sempre arredondados), mudanças de tamanho, dores e vermelhidão.
Veja abaixo informações mais detalhadas de alguns dos cistos mais comuns e como diferenciá-los de tumores ou outros tipos de nódulos.
Fonte: G1
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