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Cientistas criam remédio capaz de combater 300 tipos de superbactérias



Pouco a pouco, as superbactérias vão se tornando uma das maiores ameaças à saúde pública global. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2050, os patógenos resistentes a antibióticos devem matar pelo menos uma pessoa a cada três segundos no mundo inteiro. Porém, cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, parecem ter encontrado uma possível solução para o problema.


Eles publicaram um estudo na revista científica ACS Central Science que comprova a eficácia do medicamento fabimicina contra 300 tipos de superbactérias resistentes a outros antibióticos. O remédio foi desenvolvido a partir da modificação de outro já existente.


As superbactérias são uma evolução das bactérias comuns: elas vão adquirindo resistência aos medicamentos prescritos pelos médicos, dificultando o tratamento. Um dos fatores que contribuem para o surgimento desses patógenos é o uso incorreto e frequente de antibióticos para outras condições, o que acaba “treinando” os microrganismos para sobreviver às fórmulas.


O estudo foi realizado com camundongos e revelou que a fabimicina, remédio desenvolvido a partir do antibiótico Debio-1452, foi eficaz no tratamento contra infecções graves no pulmão, trato urinário e estômago. O medicamento ainda está em fase experimental e não foi testado em humanos.


Os pesquisadores acreditam que a descoberta pode abrir novos caminhos para o tratamento de infecções persistentes. Estima-se que as superbactérias foram responsáveis pela morte de 1,2 milhão de pessoas em todo mundo em 2019, e a OMS já afirmou que o mundo está quase sem opções para combatê-las.


Como o estudo foi feito?


Os cientistas utilizaram um antibiótico já existente que está em testes para uso contra bactérias estafilococos, comuns em insetos. Eles modificaram o medicamento e criaram 14 versões diferentes para testar contra as superbactérias.


A fabimicina foi a única a demonstrar êxito no combate às bactérias. Ela impediu, nos experimentos, que os patógenos se espalhassem pelo corpo do animal. Em seguida, o medicamento foi testado em laboratório contra bactérias que não fazem mal a humanos, para verificar se ele faria mal ao organismo. O resultado provou que o remédio não foi nocivo a esses organismos e não prejudicaria em nenhum caso o funcionamento do corpo.


Por fim, os pesquisadores expuseram o medicamento a mais de 300 tipos de superbactérias nocivas ao corpo humano. A fabimicina matou todos agentes e mostrou aos cientistas que os antibióticos podem ser modificados para que melhor ação contra os patógenos bacterianos.


Fonte: Metrópoles

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