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Centro de Pesquisa Boldrini triplica pesquisadores em 2 anos e descobre genes causadores da leucemia


 
 

O Centro de Pesquisa Boldrini (CPB), vinculado ao hospital infantil Boldrini localizado em Campinas (SP) e referência em tratamento de câncer e doenças do sangue na América Latina, completa dois anos de fundação nesta sexta-feira (27). Em 24 meses, triplicou o número de pesquisadores e descobriu genes causadores e agravadores da leucemia em crianças e adolescentes.


Pesquisador do CPB, o doutor em genética e biologia molecular Andrés Yunes ressaltou, em entrevista ao G1, que os estudos na área da leucemia em crianças trouxeram avanços nos últimos dois anos que terão reflexos em diagnósticos mais rápidos e na maior precisão nos tratamentos. Há dois artigos em vias de publicação, segundo ele. "Um deles confirmando que certas mutações em gene especifico são suficientes para desencadear a leucemia. O outro mostra que uma proteína secretada pela leucemia favorece o estímulo da insulina, o que ajuda a própria leucemia a proliferar.". Os artigos tratam dos genes IL7R e IGFBP7, respectivamente; o segundo mostra, ainda, que o uso de um anticorpo pode ajudar a inibir o que "alimenta" a leucemia.

Os dois estudos integram uma lista com 11 projetos em desenvolvimento no CPB, que se consagrou como o primeiro do Brasil a dedicar-se exclusivamente à pesquisa sobre câncer pediátrico e a maior unidade da América Latina no setor. "Com o CPB, o Boldrini entrou na era da genômica e da terapia celular, o que resultará em diagnósticos mais apurados, o acompanhamento mais preciso da resposta ao tratamento e implantação de novas formas de tratamento.", completa o pesquisador. Mais pesquisadores e especialistas O quadro inicial do Centro de Pesquisa em 2018 era composto por quatro pesquisadores e oito estudantes, sendo que alguns funcionários atuavam já com pesquisa dentro do hospital e migraram para o prédio com a inauguração, explicou a instituição.

Desde então, mais oito pesquisadores entraram para a equipe, composta atualmente por 12 profissionais. Também agregaram à estrutura um pós-doutorando, cinco novos alunos de doutorado, um de mestrado e sete novos alunos de iniciação científica, conectando cientistas, médicos e universidades. Projetos em desenvolvimento O CPB foca em estudos nas áreas de imunoterapia, anticorpos monoclonais terapêuticos, DNA circulante tumoral, tumores do sistema nervoso central, doença residual mínima, novas drogas, fatores ambientais e também câncer pediátrico, informática e espectrometria de massa. Veja, abaixo a lista dos 11 projetos em desenvolvimento:

  1. Desenvolvimento de terapia CAR-T para leucemia linfoide aguda

  2. Desenvolvimento de anticorpos terapêuticos contra a leucemia linfoide aguda

  3. Estudo de DNA tumoral circulante em tumores pediátricos

  4. Estudo da doença residual mínima na leucemia

  5. Desenvolvimento de um novo inibidor de tubulina

  6. Desenvolvimento de uma nova asparaginase de Erwinia

  7. Estudo de coorte de Campinas

  8. Variantes estruturais (SV) e domínios de associação topológica (TAD) dos cromossomos na leucemia linfoide aguda pediátrica

  9. Normalização da expressão gênica pelo volume celular

  10. Estudo da leucemogenese desencadeada pela mutação do IL7R

  11. Papel do IGFBP7 no câncer

"O trabalho conduziu a descobertas que representaram grandes avanços na compreensão e no tratamento do câncer pediátrico, sobre a natureza e o contexto molecular, genético e de desenvolvimento dos cânceres da criança e do adolescente.", destaca a instituição.

Pesquisas voltadas para neoplasias hematológicas, uma das principais causas de morte relacionadas aos cânceres da criança, estão no escopo de estudos do CPB. Análise genética em crianças Além disso, este ano o CPB passou a integrar o Grupo Internacional de Farmacogenoma em Câncer da Criança (CPIC) - que envolve a análise de genes e testes clínicos de medicamentos.

Com isso, já começou a ser implementada a estrutura em Campinas para iniciar estudos em crianças diagnosticadas com câncer. De acordo com a instituição, os testes serão feitos antes do início do tratamento, com o objetivo de reduzir os efeitos tóxicos e agudos. A longo prazo, o benefício é o aumento da eficácia das quimioterapias. Futuro O Centro de Pesquisa Boldrini prevê, para os próximos anos, a implantação do Serviço de Protonterapia, uma modalidade de tratamento radioterápico com menores efeitos secundários das radiações que a criança recebe.

"O cronograma do desenvolvimento da nova construção predial e implantação dos equipamentos, tem a previsão de cinco anos para a sua conclusão.", informou a unidade.

O hospital também integra o Consórcio Internacional de Coortes de Câncer da Criança, que realiza um estudo com acompanhamento de gestantes e seus filhos por 18 anos. Ao todo, 100 mil grávidas participarão por meio do Centro Infantil Boldrini da extensa pesquisa.

O Centro Infantil Boldrini tem 42 anos de atuação já atendeu cerca de 10 mil pacientes de todo o Brasil com câncer. Atualmente os índices de cura estão entre 70% e 80% - níveis alcançados nos principais centros internacionais, segundo a instituição.


Fonte: G1

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