O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e o Conselho Regional de Farmácia do Estado da Bahia (CRF-BA) criaram uma campanha que pretende acabar com um dos maiores estereótipos da medicina, a “letra de médico”.
A parceria visa conscientizar os médicos sobre a importância da letra legível na prescrição de medicamentos. Muitas vezes, a letra estranha dos médicos acontece por conta do fluxo de pacientes em hospitais e clínicas, ou por uma caligrafia ruim, porém, causa problemas aos pacientes.
Baixa adesão da receita eletrônica
Não é incomum chegar a uma farmácia e os atendentes não entenderem muito bem o que está escrito na receita, seja a dosagem, seja o medicamento. E mesmo com a possibilidade de digitar os medicamentos em um editor de texto e imprimir a receita, muitos médicos ainda preferem fazer o receituário à mão.
“Apesar de muitos médicos já terem adotado a receita eletrônica, sabemos que essa não é uma realidade de todos, principalmente no serviço público”, declarou o presidente do Cremeb, Otávio Marambaia. “Por isso, conclamamos os colegas para terem cuidado com a escrita, de modo que não suscite dúvidas”.
Letra de médico é ilegal
Apesar de comum, a letra de médico, em tese, é algo ilegal, já que a Lei 5991/73, que foi alterada pela Lei 14.063/2020, que regula a redação de receitas médicas. Segundo a legislação, a receita deve ser legível, sem abreviações e sempre observando a nomenclatura e o Sistema Internacional de Medidas.
O Capítulo III do Código de Ética Médica também orienta que as receitas devem ser escritas com letra legível. O mesmo capítulo determina que o médico não pode receitar, atestar ou emitir laudos de forma codificada ou ilegível.
Segundo o presidente do CRF-BA, Mário Martinelli, a letra de médico pode ser um empecilho para um tratamento com medicamentos bem-sucedido. “Na hora de prescrever medicamentos é importante que a letra seja legível”, declarou Martinelli.
Fonte: Olhar Digital
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