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Foto do escritorPortal Saúde Agora

Brasileiras que contrataram barrigas de aluguel na Ucrânia pedem ajuda para buscar bebês


 
 

Enquanto a guerra marca para sempre a história dos ucranianos, as maiores vítimas do conflito com a Rússia, mulheres brasileiras que contrataram serviços de clínicas de barrigas de aluguel na Ucrânia também vivem um drama.


Com os ataques, ficou praticamente impossível viajar para o país, acompanhar o nascimento dos bebês e trazê-los para casa. A repórter Renata Ceribelli conversou com duas dessas mulheres que estão nesse impasse e também com uma mãe que conseguiu escapar de Kiev e trazer sua filhinha recém-nascida para o Brasil.

Não se sabe exatamente quantas brasileiras estão com filhos em barrigas de aluguel na Ucrânia hoje. Mas as clínicas de lá são bastante procuradas por mulheres do mundo todo. É que a prática é permitida por lei no país. Ao contrário do Brasil, por exemplo, onde o método, que começa com a fertilização em laboratório usando óvulos da mulher e espermatozoides do marido, só é permitido se a mulher que for receber o embrião e gestar o bebê pertencer à família de um dos pais até o quarto grau de parentesco. E é proibido pagar a gestante.

Em 2020, o Fantástico visitou uma clínica que trabalha com barrigas de aluguel em Kiev. Ao todo, são 16 no país. E apenas nessa clínica visitada, pelo menos dez casais brasileiros estão com seus bebês sendo gerados agora no útero de mulheres ucranianas.

Priscila é uma das clientes do lugar. Ela acompanha do Brasil, por imagens de ultrassom, o desenvolvimento de seu bebê, que vai nascer dentro de três semanas. Ela contou que tem esperança que a guerra acabe até lá. “A gente tem muita fé que isso vai acontecer e que dia 25 a gente vai conseguir sair do Brasil rumo a Kiev ou qualquer país vizinho. A gente já passou por muito sofrimento esse período todo lidando com a infertilidade. A gente vai conseguir realizar esse sonho. É um pedacinho da gente que está lá do outro lado do mundo. Está tudo aqui pronto, a família toda esperando por ele. É um menino, João Levi”, diz Priscila, emocionada. Uma outra mãe, que preferiu não se identificar, fez um apelo para ter seu bebê nos braços quando ele nascer, daqui a quatro meses. “A gente não sabe se até lá, o bebê, a minha gestante vai estar viva. Eu estou extremamente abalada porque o tratamento de barriga de aluguel na Ucrânia é a única forma que eu consigo de ser mãe de um filho meu e do meu marido. Eu quero ser mãe desde sempre, nasci para ser mãe. Só resolvi falar porque preciso receber socorro. Faço um apelo ao governo brasileiro e às nossas Forças Armadas, que nos ajudem a buscar os nossos bebês e trazê-los para a fronteira em segurança”, afirma. No meio de todo o caos, a história de uma família teve um final feliz.

Kelly, o marido e a filha Mikaela, recém-nascida de uma barriga de aluguel na Ucrânia, estavam em Kiev quando a cidade sofreu os primeiros bombardeios. O casal e o bebê foram levados às pressas para um abrigo subterrâneo.

A família só conseguiu sair do lugar dez dias depois e chegar até uma estação de trem, junto com outros brasileiros, para finalmente fugir da região em guerra. Uma viagem tensa e arriscada para a Polônia. No sábado (5), eles finalmente chegaram ao Brasil. Já em casa, em Guaratuba, no Paraná, conversaram com o Fantástico. “Eu não tive tanto medo da guerra em si. O que eu tinha muito medo era de ficar com a Micaela em algum lugar muito frio, por ela ser muito vulnerável. Para mim está sendo um pouco confuso. Estou feliz por ter voltado, mas ficou um sentimento de querer fazer mais pelo povo de lá. Foi muito impactante tudo o que aconteceu lá”, conta Fábio, pai de Mikaela. “A gente não chegava, eu olhava e pensava: ‘Quanto tempo ainda falta? Eu tenho tanto de água para amamentar minha filha, porque ela toma fórmula’”, relata Kelly sobre a fuga. “Acho que a gente vai ter orgulho. Falar com orgulho que ela passou por tudo isso e ela conseguiu”, completa a mãe.


Fonte: G1

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