O legista John Pollard concluiu, nesta quinta-feira, que a pequena Louella Sheridan teria sobrevivido se as enfermeiras não tivessem desligado os alarmes dos aparelhos que a monitoravam. Com apenas 2 meses, ela foi internada com Covid-19 em abril do ano passado e morreu após a equipe do Royal Bolton Hospital, em Farnworth (Reino Unido), silenciar o monitor que disparava quando detectava alterações nos níveis de oxigênio, frequências cardíaca e respiratória e/ou pressão arterial.
Durante as investigações do inquérito que investiga a morte, a mãe da menina, Casey Sheridan, disse que uma enfermeira mencionou “estar farta de ouvir esse bipe” da máquina conectada à criança. A mulher estranhou, já que ela mesmo já havia se acostumado com o barulho durante o tempo que acompanhou a filha em outro hospital durante uma cirurgia.
Louella nasceu com um problema cardíaco e precisou passar por cirurgia poucos dias depois que nasceu. No entanto, esperava-se que ela ainda crescesse com uma vida “normal”. A situação mudou depois que o pai da menina testou positivo para Covid-19, e uma enfermeira comunitária ter achado melhor levá-la a um hospital.
No laudo, o legista afirma ser “significativo” que nenhum médico tenha perguntado se a criança teve contato com alguém que teve Covid — que foi a principal causa da morte de Louella.
— Louella merecia uma chance de viver, mas como família sentimos que as ações tomadas pela equipe do hospital tiraram-lhe essa chance — disse Casey ao “Mirror”. — O único pequeno conforto que temos é que o inquérito e o nosso processo legal poderão impedir que o mesmo aconteça com outros bebês vulneráveis. Essa é a nossa única esperança — acrescentou.
O legista solicitou que as autoridades considerassem uma potencial atividade criminosa no hospital, mas o oficial responsável, inspetor Dave Sinclair, afirmou não ter encontrado nenhuma evidência de qualquer atividade “deliberada, intencional ou intencional” que justificasse a acusação de qualquer um dos crimes.
O hospital afirma ter elaborado um “plano de ação” após a morte que incluía auditorias regulares e monitoramento de indicadores de desempenho para garantir que a equipe soubesse como operar a máquina e como colocar máquinas em “quarentena” após qualquer incidente significativo. Os funcionários também receberam treinamento “presencial” que enfatizou que não deveriam desligar nenhum alarme.
Fonte: O Globo
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