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Bariátrica: melhores desfechos para mães e bebês

A cirurgia bariátrica pode melhorar os desfechos relacionados com a obesidade na gestação e no parto, segundo um estudo.

Mulheres que fizeram cirurgia bariátrica após a primeira gestação tiveram uma redução significativa na incidência de casos de hipertensão gestacional, parto prematuro espontâneo, recém-nascido grande para a idade gestacional e internação em unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal com o segundo filho.

A Dra. Ibinabo Ibiebele, Ph.D., MIPH, da University of Sydney, Austrália, e colaboradores publicaram seus achados on-line em 28 de novembro no periódico British Journal of Obstetrics and Gynecology.

Os pesquisadores fizeram um estudo de base populacional usando os registros hospitalares de todas as mulheres em idade reprodutiva (15 a 45 anos) do estado australiano Nova Gales do Sul, bem como de todas as mulheres que deram à luz na mesma região entre 2002 e 2014. Eles compararam mulheres que fizeram a cirurgia bariátrica com mulheres em idade reprodutiva da população em geral, e também avaliaram como a cirurgia afetou os desfechos de gestação.

Durante os 12 anos de duração do estudo, a admissão hospitalar para cirurgia bariátrica aumentou 13 vezes em Nova Gales do Sul (de 0,9 para 11,7 admissões por 10.000 mulheres).

A tendência nos Estados Unidos é semelhante. As taxas de obesidade em mulheres em idade reprodutiva estão aumentando na mesma proporção do restante da população, que apresenta uma taxa de obesidade de 39,8%. A incidência de cirurgias bariátricas aumentou 44% entre 2011 e 2017, de acordo com a American Society for Metabolic and Bariatric e, com base nos resultados de um estudo de 2015, aproximadamente 80% dessas cirurgias foram feitas em pacientes mulheres.

Houve uma média de dois anos entre a cirurgia e o início da gestação entre as pacientes que fizeram a bariátrica, porém, um quarto das mulheres engravidaram nos 12 meses seguintes à cirurgia. Essas mulheres tiveram desfechos ainda melhores – menos hipertensão gestacional e internação na UTI neonatal – do que aquelas que engravidaram mais de 12 meses após a cirurgia.

No total, 326 mulheres (99,5% das que eram obesas) fizeram uma cirurgia bariátrica entre a primeira e a segunda gestação. Ainda assim, essas pacientes apresentaram taxas mais altas de hipertensão arterial sistêmica e diabetes na primeira e segunda gestações em comparação com a população geral. Mas a hipertensão gestacional foi 67% menor entre a primeira e a segunda gestação, quando as mulheres fizeram a cirurgia. A taxa de partos prematuros espontâneos foi 63% menor na segunda gestação entre as mulheres que fizeram a bariátrica.

Por ser um estudo prospectivo, faltam algumas informações. Os pesquisadores indicaram que não foi possível fazer comparações com base no IMC pré-cirúrgico. Assim, as pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica foram comparadas com uma população controle de mulheres obesas e não obesas, o que pode “subestimar o efeito da cirurgia bariátrica nos desfechos da gestação”, escreveram os autores.

Embora a bariátrica não diminua as chances de “desfechos adversos na gestação, pelo que foi observado na população geral em idade reprodutiva”, o procedimento pode representar melhoras significativas, tanto para a mãe como para o bebê, concluíram os pesquisadores.

Fonte: Medscape

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