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Atitudes que parecem má educação podem ser sinais de depressão

Conhece alguém que desmarca compromissos em cima da hora, nunca atende o celular, responde a mensagens e esquece seu aniversário? Antes de ficar chateado com essa pessoa, saiba que atitudes aparentemente mal educadas como essas podem ser sintomas de depressão.

“Os comportamentos citados podem, sim, ser sinais da doença. Aliás eles fazem parte dos critérios de diagnóstico”, afirma a médica psiquiatra Denise Cobo, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Não é chatice nem desânimo

A psicóloga Marina Vasconcellos, terapeuta familiar e especializada em psicodrama terapêutico, diz que muitas famílias convivem com integrantes que têm atitudes como as descritas acima e apenas acham que se tratam de “chatos” e “desanimados”. “Quanto mais cedo procurar ajuda, mais cedo, a pessoa vai recuperar a qualidade de vida”, diz a especialista.

Denise explica que o paciente com depressão apresenta uma redução da capacidade de sentir prazer. Muitas vezes, ele fica irritado e tem um desinteresse global tanto por atividades que eram prazerosas quanto por amigos, familiares e mesmo pelos filhos. “Quando a depressão fica um pouco mais acentuada, o paciente pode se queixar de lentidão de raciocínio, de dificuldade de concentração, de muito cansaço”, comenta a psiquiatra.

Prejuízo profissional

Há quem perca interesse pelo trabalho, ainda que depende dele para sobreviver. Na lista dos comportamentos mal-educados, não é raro quem deixe de comparecer a entrevistas de emprego.

E não espere que a pessoa com depressão vá perceber que está “chateando” outros com sua fuga dos compromissos sociais. “Quem está deprimido tem dificuldade de voltar a atenção para o meio externo. Fica voltado para si. Precisamos entender que, na vida dessa pessoa, sair, conversar e socializar demanda muita energia. Só que, para ela, tomar banho, escovar os dentes e sair da cama já é muito pesado”, afirma a psiquiatra.

Dê toques, mas não esquece a empatia

Tanto Marina quanto Denise dizem que quem convive com alguém com depressão pode e deve falar sobre as atitudes que possam estar parecendo má educação, mas sem perder de vista a empatia. “Como a pessoa não tem auto-análise, vale dar exemplos do que ela fez e que pode ter causado desconforto aos outros ou a si mesmo”, comenta a psicóloga.

Denise recomenda que se aponte os prejuízos que a pessoa está tendo na convivência com a família ou com os amigos e mesmo as oportunidades profissionais que ela, eventualmente, esteja perdendo. “Lembre das coisas que ela fazia e gostava, como jogar futebol, e diga que pode ser um sinal de alerta. Fale para procurar ajuda.”

Mas as duas profissionais alertam que, para mudar o quadro, ajuda especializada de psicólogo e/ou psiquiatra é fundamental, por mais boa vontade das pessoas no entorno do doente. “Às vezes, a situação pode ser revertida só com psicoterapia. Em outras, pode haver um desequilíbrio químico no cérebro e haja necessidade de medicamento”, finaliza Marina Vasconcellos.

Fonte: Yahoo vida e estilo

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