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Aperto de mão pode revelar muito sobre sua saúde, incluindo risco de morte prematura



Um aperto de mão pode ser muito mais do que apenas um cumprimento entre duas pessoas. Segundo uma série de estudos que investigam o tema, a força que colocamos no aperto – ou melhor, a falta dela – pode ser uma forma barata e rápida de indicar uma maior probabilidade de doenças e até mesmo de morte precoce. Isso porque sugere um quadro de fraqueza muscular, problema associado a piores desfechos de saúde.


Um dos trabalhos mais recentes foi um estudo de pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, publicado na revista científica Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle. Nele, os cientistas descobriram que idosos com baixa força de preensão tinham um DNA biologicamente mais envelhecido e biomarcadores mais prejudiciais.


“Sabemos que a força muscular é um preditor de longevidade e que a fraqueza é um poderoso indicador de doença e mortalidade, mas, pela primeira vez, encontramos fortes evidências de uma ligação biológica entre a fraqueza muscular e a aceleração real da idade biológica", explicou Mark Peterson,principal autor do estudo e professor de Medicina Física e Reabilitação da universidade, em comunicado.


Mas essa relação entre força do aperto de mão e problemas de saúde não é exclusiva da velhice, e nem começou a ser estudada agora. Ainda em 2015, um trabalho publicado na prestigiosa revista The Lancet analisou 140 mil adultos de 35 a 70 anos de 17 países de diferentes perfis socioeconômicos, entre eles o Brasil, e constatou que o aperto de mão mais fraco estava ligado a uma menor expectativa de vida.


Para cada declínio de 5 kg na força de preensão, foi encontrado um risco 16% maior de morte por qualquer causa; 17% maior de morte cardiovascular; 17% maior de mortalidade não cardiovascular; e aumentos nas chances de desenvolver um infarto (7%) ou acidente vascular cerebral (AVC) (9%).


Isso porque, explicam os pesquisadores, o aperto consegue indicar uma força muscular reduzida, o que por sua vez tem sido associada aos desfechos piores de saúde, como doenças, incapacidade e maior risco de morte.


Um estudo na BMJ Open, por exemplo, analisou 1,1 milhão de adolescentes suecos de 16 a 19 anos por um período de 24 anos. Uma maior força muscular na adolescência, avaliada por diversos testes, entre eles o do aperto de mão, foi associada a uma redução de 20% a 35% na mortalidade prematura por qualquer causa, independentemente do índice de massa corporal ou da pressão arterial.


O trabalho da Lancet identificou ainda que o aperto de mão pode ser um preditor de morte mais forte do que a pressão arterial sistólica, e os autores sugeriram que ele pode ser usado como uma ferramenta de triagem rápida e de baixo custo por médicos ou outros profissionais de saúde para identificar pacientes de alto risco.


Para a professora da Universidade de Viena Nadia Steiber, que participa de um grupo de pesquisadores que busca estabelecer parâmetros para a implementação de um teste de aperto de mão na clínica médica, essa avaliação seria benéfica especialmente para os mais velhos.


“A força de preensão manual é um teste barato e fácil de realizar, mas pode ajudar no diagnóstico precoce de problemas de saúde e outras condições de saúde subjacentes. A monitorização da força de preensão manual dos idosos (e, na verdade, das pessoas de meia-idade) pode trazer grandes benefícios para a saúde pública das populações idosas”, disse em comunicado.


Enquanto isso, Peterson, da Universidade de Michigan, diz que os achados sugerem que investir no fortalecimento muscular durante a vida pode ser uma boa ideia para manter uma ampla variedade de doenças afastadas:


“Se você mantiver sua força muscular ao longo da vida, poderá se proteger contra muitas doenças comuns relacionadas à idade. Sabemos que fumar, por exemplo, pode ser um poderoso preditor de doenças e mortalidade, mas agora sabemos que a fraqueza muscular pode ser o novo tabagismo".


Fonte: O Globo

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