Aparelhos para ronco: entenda como funcionam os CPAPs e BiPAPs
- Portal Saúde Agora
- 19 de mai. de 2023
- 4 min de leitura

Você sente que ronca demais? Está sempre cansado, irritado e sonolento ao longo do dia? Costuma acordar após paradas de respiração ao longo da noite ou recebe comentários de que faz ruídos ofegantes e sufocantes enquanto dorme?
Se essas situações lhe parecem familiar, é importante avaliar se o seu quadro não indica uma suspeita de apneia obstrutiva do sono, a causa mais grave do ronco.
Para auxiliar pacientes que têm a síndrome, existem equipamentos que podem ser utilizados, como os CPAP e os BiPAPs, que corrigem a respiração.
⚠️ Abaixo, entenda o que são esses aparelhos e como funcionam, mas lembre-se: o diagnóstico de apneia somente é possível de ser feito pelo médico. Esta reportagem é parte de uma série que o g1 publica ao longo desta semana sobre o ronco, que já explicou o que provoca o ruído; como é feito o “exame do sono”, a polissonografia; e quantos brasileiros esperam na fila pelo procedimento. A série ainda vai mostrar quando procurar ajuda médica sobre o ronco e apneia do sono e as principais soluções para parar de roncar. 1. O que são os aparelhos? São dispositivos que podem ser usados para tratar a apneia e outros distúrbios do sono. O CPAP, sigla em inglês para pressão positiva contínua do ar, é um aparelho utilizado para “empurrar” o ar nas vias respiratórias, numa pressão fixa, como o nome já diz, geralmente determinada por uma polissonografia e revisada por um médico especialista.
Assim, enquanto dormimos, ele mantém as vias aéreas abertas, evitando que elas colapsem e causem a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) em quem tem a síndrome.
Embora o CPAP seja o modelo mais popular, outros equipamentos também podem ser utilizados para tratar o quadro, como o BiPAP.
O diferencial desses aparelhos – além do preço – é o fato de que eles funcionam com dois níveis de pressão, um que acontece quando inspiramos, e outro quando expiramos. É como se fossem dois aparelhos em um só e o médico pode determinar a pressão positiva inspiratória e uma outra pressão positiva expiratória. O resultado é um conforto ainda maior para o paciente.
— Andrea Bacelar, neurologista e diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira do Sono (ABS) 2. Quais suas indicações de uso? CPAPs: são indicados para conter as interrupções respiratórias causadas pela apneia obstrutiva do sono.
BiPAPs: costumam ser mais indicados em casos específicos de apneia, como a apneia central do sono (ACS), um distúrbio diferente da AOS.
Nesse último caso, não é a passagem das vias áreas que fica obstruída. O que acontece é que o cérebro não consegue enviar sinais para os músculos que controlam a nossa respiração, afetando o padrão respiratório durante o sono.
A apneia central do sono é muito menos comum do que a apneia obstrutiva do sono, mas não é rara.
“Além disso, o BIPAP é recomendado especialmente nos casos de doenças neuromusculares em que é preciso colocar uma pressão inspiratória diferente da pressão expiratória”, explica a neurologista.
Por isso, para avaliar qual equipamento é mais indicado para você é preciso consultar um médico especialista.
3. Quais são os benefícios do CPAP e do BiPAP?
Por ser um tratamento eficaz e indolor contra a apneia do sono, os equipamentos ajudam a:
Reduzir ou acabar completamente com o ronco;
Melhorar a qualidade do sono;
Reduzir o risco de ataque cardíaco e derrame;
Reduzir a sonolência diurna.
4. Quais os valores dos aparelhos? Atualmente, a média do CPAP é algo entre R$ 2.500,00 e R$ 4.500,00. A neurologista Andrea Bacelar explica que o aparelho pode variar muito de preço em função da marca, do design e da tecnologia empregada. “Essa variação também tem relação com outras especificidades do equipamento, por exemplo, se o aparelho tem tela digital, se tem umidificador etc.”, diz. Além disso, o paciente que necessita do equipamento também tem quer adquirir uma máscara, que é acoplada ao rosto e conectada ao CPAP por meio de um tubo ou traquéia. O custo dessa máscara varia entre R$ 300,00 a R$ 800,00, dependendo do material, das hastes e da forma como prender o equipamento ao rosto do paciente.
Já o BiPAP tende a ser bem mais caro que o CPAP, custando em média entre R$ 5.000,00 a R$ 9.000,00.
Além disso, também há a possibilidade de aluguel dos aparelhos, o que pode ser uma alternativa para quem não pode comprar os equipamentos. 5. O SUS disponibiliza CPAP e BiPAP ? Tanto o CPAP como o BiPAP constam na Relação Nacional de Equipamentos e Materiais permanentes financiáveis para o SUS (RENEM) e no Sistema de Informação e Gerenciamento de Equipamentos e Materiais permanentes para o SUS (SIGEM).
O CPAP e o BiPAP são financiados pelo Ministério da Saúde para entidades públicas (Secretarias de Saúde, hospitais etc.) e privadas sem fins lucrativos (entidades beneficentes).
Obter os equipamentos na rede pública, porém, pode ser um processo bastante demorado e complicado, pois o prazo varia bastante dependendo da localidade que fornece os aparelhos. Em um caso ouvido pelo g1, por exemplo, a espera foi de até 3 anos.
Além disso, em alguns estados, os equipamentos somente são fornecidos caso haja internação domiciliar. 6. E caso eu não me adapte? A taxa de adesão ao CPAP costuma ser maior entre os pacientes com apneia grave do sono. Caso você não se adapte ao aparelho ou sinta um desconforto ao utilizá-lo, converse com seu médico sobre outras alternativas.
Ainda nesta série, o g1 irá explicar quais são as principais soluções que podem ajudar com o ronco e a apneia do sono.
Fonte: G1
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