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Anvisa aprova a implementação gradual da bula digital em medicamentos no país


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira (10) um projeto-piloto para a implementação da bula digital de medicamentos no Brasil. A proposta prevê que haja um QR Code nas embalagens das medicações para acessar a bula de forma online, sendo dispensada a versão impressa.


Para o diretor relator da proposta, Daniel Pereira, a adoção de bula digital é um passo para modernização e para transformação digital no setor da saúde. Pereira também garantiu que o usuário terá acesso irrestrito a bula impressa, que poderá ser solicitada pelo paciente sempre que necessitar.


“Essa é uma oportunidade para aprimorar a acessibilidade e personalização das informações de saúde”, explicou Pereira.

Neste primeiro momento, as regras não valem para os remédios comprados em farmácias e drogarias. A resolução inclui somente:


  • Amostras grátis;

  • Medicamentos com destinação a estabelecimentos de saúde, como hospitais e UPAs;

  • Remédios com destinação governamental, acondicionados em embalagens que contenham as marcas governamentais próprias do Ministério da Saúde;

  • Medicações isentas de prescrição, acondicionados em embalagens múltiplas.


A ideia de começar por esses medicamentos se justifica, segundo a Anvisa, porque a entrega é feita por profissionais de saúde que dão orientações na consulta médica ou já são disponibilizadas sem o acompanhamento de bulas impressas.


"Reforço que nesse momento não se pretende concluir pelo uso definitivo pelo canal digital e o projeto-piloto será importante para se definir o próximo passo. Sendo passível de revisão caminho que aponte ser promissório ou não", enfatizou Antônio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa.


A regra ainda não está em vigor e passará a valer em 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União. Ela começou a ser discutida em 2022, quando o governo federal sancionou a lei que criou a bula digital.


O projeto terá vigência até 31 de dezembro de 2026. As informações coletadas e monitoradas durante esse período devem servir como subsídio para futura regulamentação definitiva sobre o tema.


Durante a reunião, a dispensa de bulas impressas foi criticada por associações de consumidores e pelo Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Reguladoras.


"A medida é inadequada para a realidade brasileira, aumenta riscos de intoxicação pelo consumo inadequado de medicamentos e aprofunda desigualdades relacionadas ao letramento digital e ao acesso à internet", afirmou Lucas Andrietta, Coordenador do Programa de Saúde do Instituto de Defesa de Consumidores.


Por outro lado, as associações que representam a indústria farmacêutica frisaram que seria um avanço tecnológico e facilitaria o acesso à informação.


"O que estamos vendo é inovação. Em nenhum momento a indústria disse que a bula ia acabar... O que queremos é que o brasileiro tenha acesso a mais um método de informação disponível a população", Tiago de Moraes Vicente, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares.


Fonte: G1

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